Espermatozoides nadam de um jeito diferente do que você imagina. Entenda
Em vez de chicotear, como se imaginava, eles desenvolveram técnica de natação para compensar o desequilíbrio entre cabeça e cauda
atualizado
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Pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, e da Universidade Nacional Autônoma, do México, examinaram amostras de esperma humano com um microscópio 3D e descobriram que os espermatozoides nadam de uma forma diferente do que se imaginava.
Com o auxílio de uma câmera de alta velocidade, os cientistas notaram que em vez do movimento de chicotear, os espermatozoides avançam quase como um saca rolhas. O estudo foi publicado na revista Science Advances, na última sexta-feira (31/7).
Esse deslocamento em que a cabeça gira para um lado e o flagelo em torno dela e em direção única permite impulsionar para a frente – em um processo conhecido como precessão.
A descoberta, de acordo com os pesquisadores, pode abrir caminho para novos tratamentos de fertilidade ou mesmo para um contraceptivo masculino que pode afetar a mobilidade dos espermatozoides.
“Nossa descoberta mostra que os espermatozoides desenvolveram uma técnica de natação para compensar seu desequilíbrio e, com isso, resolveram engenhosamente um quebra-cabeça matemático em escala microscópica: criando simetria a partir da assimetria”, afirma Hermes Gadelha, um dos líderes do estudo do Departamento de Engenharia de Matemática de Bristol e especialista em matemática da fertilidade.
De acordo com o autor, os sistemas de análise de sêmen assistidos por computador em uso atualmente, tanto em clínicas quanto em pesquisas, ainda usam vistas em 2D para observar o movimento dos espermatozoides. Portanto, eles ainda são propensos a essa ilusão de simetria enquanto avaliam a qualidade do sêmen.