Especialista dá 3 dicas para facilitar a vida de adultos com TDAH
Psicóloga Lala Fonseca explica que o paciente precisa criar estratégias para lidar com sua instabilidade de atenção
atualizado
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Desatenção, impulsividade e dificuldade de organização são alguns dos sinais que podem caracterizar o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Essa condição ocorre devido a alterações na região frontal do cérebro, que tem como função a inibição do comportamento e o controle de atenção. O TDAH não tem ligação com fatores comportamentais e nem deve ser considerado como um traço de personalidade.
Os sintomas costumam surgir ainda na infância e, em alguns casos, se mantém durante a vida adulta. Com o diagnóstico, é necessário fazer algumas adaptações na rotina para que a pessoa tenha uma vida mais tranquila.
Segundo Lala Fonseca, psicóloga especialista em terapia comportamental cognitiva, o paciente com TDAH precisa aprender a lidar com a instabilidade de sua atenção. Ela explica que existem algumas práticas para ajudar a organizar o dia a dia das pessoas que apresentam essa condição de saúde.
Veja 3 dicas para organizar a rotina de quem tem TDAH:
1 – Mantenha uma agenda
Fazer uma lista detalhada com tudo o que será feito no dia e o tempo estimado de duração das tarefas é uma ferramenta que auxilia as pessoas que têm TDAH. No entanto, Lala sugere que não se encavale uma atividade na outra para que o paciente não sofra com ansiedade.
“Sempre indico colocar o dobro do tempo no qual a pessoa acredita que vai terminar a tarefa. A pessoa com TDAH pode se sentir muito ansiosa caso ela olhe o tempo e a atividade ainda não esteja perto de terminar. Isso pode causar um desgaste no paciente”, explica.
2 – Pratique atividades físicas
Essa organização, segundo ela, ajuda a evitar a procrastinação. Lala Fonseca ensina que as pessoas com TDAH enfrentam também uma falta de dopamina, neurotransmissor que causa a sensação de recompensa. Por isso, as atividades consideradas “chatas” no dia a dia podem ser ainda piores para quem sofre com o transtorno.
Para compensar essa menor quantidade de dopamina no organismo, as atividades físicas regulares são indicadas. Segundo Lala, atividades de superação, como corrida, artes marciais e tênis são altamente recomendadas. Além de reorganizarem o cérebro, essas atividades contam com uma dose extra de dopamina pois exigem a busca por uma melhoria do desempenho.
3 – Busque terapia
A terapia ajuda a identificar os pontos que precisam ser trabalhados no paciente. Além disso, ajudará na construção da autoestima.
“Durante toda a vida essas pessoas ouvem sempre o que deveriam estar fazendo, em qual ponto elas deveriam estar em determinada questão, a constante comparação com outras pessoas. Isso tudo faz com que essa pessoa se sinta menos capaz do que realmente é. Ela precisa melhorar a autoestima e se sentir capaz”, afirma Lala Fonseca.