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Epidemia está em aceleração no DF e em 13 estados, alertam pesquisadores

Grupo de estudiosos calculou que a taxa R – que indica quantas pessoas um infectado contamina – é maior do que 1 em vários locais do país

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Três atendentes drive-thru Covid-19
1 de 1 Três atendentes drive-thru Covid-19 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Uma nota técnica assinada por pesquisadores brasileiros de diversas instituições, entre elas a Universidade de Brasília (UnB), aponta que a pandemia do novo coronavírus está longe de um platô. Ao contrário, ela está em aceleração em 13 estados do Brasil e no Distrito Federal. Baseados em estimativas da taxa de transmissão do vírus em função do tempo, a equipe multidisciplinar atesta a expansão e faz um alerta importante: “As medidas de flexibilização adotadas poderão ter resultados catastróficos”.

A equipe, formada por físicos e especialistas em saúde pública, elaborou prognósticos médios obtidos a partir de um modelo matemático. A análise partiu dos dados oficiais divulgados pelas secretarias de Saúde de cada unidade da Federação. Atualizado pela última vez na quarta-feira (1º/7), o cenário é preocupante, sobretudo após novos anúncios de flexibilização do isolamento social em vários estados.

Para demonstrar a aceleração, os pesquisadores calcularam o fator R – número de reprodução básico, que se refere para quantas pessoas um indivíduo infectado consegue transmitir a doença. O indicador permite saber se a pandemia está acelerando ou desacelerando: se o R for maior do que 1 em ambos os casos, a doença ainda está em progressão, caso seja menor do que 1, está reduzindo. O traço horizontal “–” significa que os dados são inconclusivos.

Caso ambos sejam maiores do que 1, a epidemia está acelerando, e caso ambos sejam menores do que 1, está desacelerando

Um dos autores da nota técnica, o professor Tarcísio Marciano Filho, do Instituto de Física da UnB, explica o trabalho: “Os valores obtidos mostram que, na maior parte dos estados, ainda estamos em fase de expansão da pandemia”, afirma. Diante dos números, ele alerta para o cenário ruim que virá com a flexibilização das medidas de isolamento.

“Nós apenas mostramos por meio de números um cenário que é óbvio. O vírus não morre de ócio, de tédio, ele vai continuar agindo. Se o isolamento é suspenso, as pessoas vão ter mais contato e o vírus vai circular de maneira mais fácil”, reforça Tarcísio.

A nota técnica também demonstra que o lockdown adotado no início da pandemia em diversos estados e capitais foi eficaz. “Isso determinou o afastamento do pico. Estamos vendo a pandemia em aceleração e, conforme liberam os serviços, o pico se aproxima de forma mais rápida”, alerta.

De acordo com os cálculos apresentados pelo grupo, o pico de infectados pelo novo coronavírus no DF aconteceria em meados de agosto. Ele, porém, pode ser antecipado por causa das novas medidas de flexibilização. A previsão foi feita com dados até 1º de julho. Desde então, o governador Ibaneis Rocha (MDB) baixou decreto determinando a abertura escalonada de diversos serviços na capital.

Prognósticos para o DF – da esquerda para a direita: total cumulativo de casos, casos novos por dia, número de pacientes em hospital e total de óbitos

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