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Entenda quatro maneiras como a infecção por Covid pode afetar o pênis

Especialistas acreditam que a variante Ômicron afeta o órgão masculino e desencadeia sintomas inesperados que precisam de atenção médica

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disfunção erétil
1 de 1 disfunção erétil - Foto: Getty Images

Do encolhimento do pênis a ereções persistentes, os relatos de homens que tiveram seu órgão genital afetado pela Covid-19 vêm chamando a atenção de pacientes e médicos. Especialistas garantem que a ocorrência não é um mito e acreditam que a variante Ômicron seja a principal responsável por desencadear os sintomas inesperados após a infecção, como disfunções sexuais e dores agonizantes que precisam de atenção médica.

O caso mais curioso até agora foi o do paciente não identificado que viu seu pênis “acima da média”, encolher 3,8 cm após o vírus danificar os vasos sanguíneos do órgão. Segundo urologistas, o coronavírus não causa apenas problemas respiratórios, e pode deixar marcas duradoras no corpo dos homens. Veja quais são elas:

1. Danos aos vasos sanguíneos e coágulos

Evidências mostram que o vírus pode entrar no organismo e eventualmente causar danos aos vasos sanguíneos do pênis. De acordo com pesquisadores de Miami, o Sars-CoV-2 se introduz nas células endoteliais encontradas em muitos órgãos, impedindo-os de funcionar corretamente. Sendo assim, a doença pode causar disfunção em sistemas orgânicos como os pulmões, rins e também no órgão reprodutor masculino.

O Programa de Urologia Reprodutiva da Escola Miller, da Universidade de Miami, descobriu, recentemente, o vírus presente no tecido peniano de dois homens que sobreviveram à Covid-19 e desde então tiveram problemas de ereção. Além disso, a infecção é conhecida por aumentar a tendência de coagulação do sangue nas células, causando acidentes vasculares cerebrais fatais, insuficiência pulmonar, ataques cardíacos e restrição geral do fluxo sanguíneo para órgãos vitais.

2. Ereções duradouras

Desde o início da pandemia, médicos já relataram, em artigos publicados, os casos de pacientes que tiveram ereções que duraram horas seguidas e até mesmo um dia todo. Uma ereção persistente é medicamente chamada de priapismo, e pode levar à morte do tecido, danos permanentes ou disfunção erétil.

O primeiro caso de priapismo relacionado ao coronavírus documentado pela comunidade médica foi o de um homem com 69 anos em Ohio, nos Estados Unidos. Outro registro foi o de um menino de 12 anos que sofreu dois episódios de ereção continua durante 24 horas antes de ser atendido por médicos na Europa. Em ambos os casos, havia evidências de coagulação sanguínea no tecido esponjoso, que fica no eixo do pênis que se enche de sangue para causar uma ereção. O tratamento geralmente é feito com uma injeção no órgão, usando agulhas ou fazendo pequena incisão para drenar o sangue das câmaras eréteis, ou aplicando gelo.

3. Disfunção erétil

Desde o início da pandemia, cientistas alertam que a Covid-19 pode causar disfunção erétil nos homens. Uma vez que outras doenças vasculares, como pressão alta e diabetes podem causar a impotência masculina, não é totalmente surpreendente que o vírus também possa. O urologista Ryan Berglund, da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, disse ao LA Times que já atendeu alguns pacientes com esse problema.

“Os próprios vasos sanguíneos e o sistema cardiovascular podem inflamar, causando um fenômeno obstrutivo e afetando negativamente a capacidade de obter ereções”, afirma Berglund.

4. Encolhimento peniano

Um estudo conduzido pela University College London, no Reino Unido, realizado com 3.400 pessoas, descobriu que, de 203 pacientes que relatam sintomas duradouros da Covid-19, quase 5% dos homens sofreram uma diminuição no tamanho dos testículos/pênis. Os resultados foram publicados na revista científica EClinicalMedicine, do grupo The Lancet, e os especialistas acreditam que a situação provavelmente aconteceu depois de um efeito dominó dos danos que o coronavírus causou em seus vasos sanguíneos.

Durante uma participação no podcast americano How to Do It, um rapaz afirmou que seu pênis encolheu 3,8 cm após o diagnóstico – os médicos o informaram que a diminuição não pode ser revertida. Segundo ele, seu pênis estava “acima do tamanho médio” antes da infecção. Entretanto, em julho de 2021, ele testou positivo para a Covid-19, teve quadro grave da infecção, e foi vítima do chamado “Covid Dick” – termo escolhido por urologistas para se referir à diminuição do pênis após a doença.

“Meu pênis encolheu. Antes de ficar doente, eu estava acima da média, não enorme, mas definitivamente maior que o normal. Agora eu perdi cerca de 3,8 cm e me tornei decididamente menor que a média […] Aparentemente é devido a danos vasculares, e meus médicos parecem pensar que é provável que seja permanente”, desabafou.

A urologista americana Ashley Winter, afirmou no podcast que disfunção erétil pode levar ao encurtamento. A ereção depende diretamente do fluxo de sangue para o pênis: portanto, as alterações que dificultam a circulação adequada para essa região podem causar cicatrizes e redução do tamanho do órgão.

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