Entenda por que a vacina de Covid-19 deve ser aplicada no braço
Outros imunizantes, principalmente infantis, são injetados nas nádegas, ou nas pernas. Ação da vacina e até costume podem explicar escolha
atualizado
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Apesar de a vacinação contra a Covid-19 no Brasil ainda caminhar a passos lentos, a imagem de pessoas com a manga levantada, tomando o imunizante no braço, já se popularizou nas redes sociais. Mas por que a injeção é aplicada no braço, e não nas nádegas e pernas, como é feito em crianças, ou injetado direto na veia?
Patrícia Pinheiro, do Setor de Vigilância em Saúde do HUB, explica que, nos casos das vacinas contra a Covid-19 aplicadas no Brasil, a indicação, em adultos, é que sejam aplicadas de forma intramuscular, e o mais escolhido é o deltoide, o músculo do braço. Foi neste local que os estudos clínicos foram executados e, por isso, a efetividade só pode ser garantida caso se siga esta regra.
De toda forma, o deltoide é o músculo historicamente mais usado para este tipo de aplicação em adultos. “A região intramuscular é uma das mais escolhidas porque promove uma absorção rápida e consegue ter efeitos mais imediatos”, explica Patrícia. A aplicação é muscular, mas a ação é sistêmica: a vacina logo entra na corrente sanguínea, onde é encaminhada para locais nos quais vai treinar anticorpos.
O músculo do braço também é mais indicado por estar longe de grandes nervos, promovendo uma aplicação mais segura para o paciente. Caso o braço não esteja disponível (em caso de deficiência, amputação, ou histórico de cirurgia de mama com retirada de gânglios) a segunda opção é o músculo da coxa.
Outra razão para se escolher o braço é que, em uma campanha de vacinação, é melhor optar pelo método mais simples, que não envolve despir o paciente, e onde o processo é rápido: é só levantar a manga.
“Também é interessante pontuar que a vacina no braço para adulto é questão de tradição. O paciente, principalmente o menos instruído, vai lembrar que levou a picada no braço. Se for na nádega, pode ser um remédio, como a penicilina, que é aplicada nessa região. Quando não se tem acesso à carteira de vacinação, é mais fácil lembrar da imunização no braço”, explica César Carranza, médico infectologista do Hospital Anchieta de Brasília.
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