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Entenda diferença entre remédios de referência, genéricos e similares

Pesquisa realizada pelo Ibope aponta que 7 em cada dez brasileiros não entende a nomenclatura usada para as 3 classes de medicamentos

atualizado

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1 de 1 medicamentos20-02-20 - Foto: Reprodução

Você sabe a diferença entre medicamento genérico, referência e similar? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece regras para a substituição de medicamentos receitados pelos médicos na hora da compra na farmácia. Porém, a maioria dos brasileiros (69%) não tem conhecimento sobre quais são essas regras e 58% ainda desconhecem a diferença entre os medicamentos genéricos, similares e de referência.

Os dados são de uma pesquisa feita pelo Ibope sob encomenda da farmacêutica Merck. A pesquisa foi realizada em setembro de 2020 e ouviu 2 mil pessoas de várias regiões  do Brasil, todos maiores de 16 anos. A falta de conhecimento dos brasileiros sobre os diferentes tipos de medicamentos ressalta a importância do farmacêutico na orientação da compra.

“A regra da intercambialidade garante que o tratamento prescrito pelo médico chegue em segurança ao paciente e o profissional responsável da farmácia é o único que pode efetuar qualquer mudança aplicável”, explica Helton Estrela Ramos, endocrinologista e diretor do Departamento de Tireoide da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

“Pode acontecer de o paciente pesquisar por conta própria sua condição ou receita e, pelo preço ou outros fatores, chegar à farmácia com uma ideia formada de troca. Isso é perigoso porque pode afetar no resultado do tratamento”, alerta o especialista.

A confiança no farmacêutico pelos brasileiros é alta. Segundo o estudo, 64% sabem que apenas esse profissional pode determinar uma possível troca do medicamento. “É importante que as pessoas entendam o papel do farmacêutico e como esse profissional pode colaborar para garantir um tratamento mais eficiente e seguro”, explica o consultor farmacêutico Edu Abreu, que é professor de pós-graduação sobre o assunto.

A intercambialidade de medicamentos, determinada pela Anvisa, estabelece regras para o farmacêutico substituir o medicamento de referência pelo seu medicamento genérico correspondente ou similar e vice-versa. “Mesmo após mais de 20 anos da chegada dos genéricos, as pessoas ainda têm dúvidas sobre a substituição; por isso, é importante que o paciente respeite o receituário ou consulte o profissional farmacêutico, que é o único que pode orientar sobre qualquer mudança”, completa Edu.

Diferenças entre os diferentes tipos de medicamentos

Entender essas diferenças é relevante para o paciente, tanto na hora da consulta médica, em que ele poderá tirar dúvidas com o seu médico sobre o tema, quanto no momento de adquirir o medicamento na farmácia. “Quando a pessoa tem mais conhecimento sobre o assunto, ela tem mais condições de tomar decisões sem ser erroneamente influenciada”, avalia Edu Abreu.

O medicamento de referência é aquele cuja eficácia e segurança foram comprovadas cientificamente e geralmente é o primeiro medicamento disponibilizado para determinado princípio ativo. O medicamento de referência geralmente possui nome comercial, ou seja, a marca, em suas embalagens.

Já o medicamento genérico possui o mesmo princípio ativo e as mesmas características do medicamento referência (concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação) mas se apresenta sempre somente com o nome do princípio ativo. Todos os genéricos têm sua eficácia e segurança comprovadas por meio de estudos de bioequivalência com o seu medicamento referência.

Por fim, o medicamento similar é aquele que, assim como o genérico, contém o mesmo princípio ativo, a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação do medicamento referência, mas é identificado por um nome comercial.

A eficácia e a segurança dos similares também é atestada via estudos de bioequivalência com o referência. Genéricos e similares podem diferir do referência somente em relação a determinadas particularidades, como tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, cuidados de conservação e componentes inertes da fórmula.

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