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Entenda como são feitos os exames de diagnóstico para coronavírus

Para diferenciar a infecção provocada pelo vírus de uma gripe comum, médicos se baseiam no relato dos pacientes e em exames laboratoriais

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1 de 1 coronavírus - Foto: Juan Gartner/Getty Images

Os sintomas provocados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) são os mesmos de uma síndrome gripal: febre, coriza, tosse e, nos casos mais graves, falta de ar.

Para diferenciar a infecção provocada pelo novo vírus de uma gripe comum, os médicos se baseiam primeiro no relato dos pacientes sobre as ações realizadas nos últimos dias: viagens a países onde há transmissão interna, contatos com pessoas diagnosticadas com o coronavírus ou com pessoas que tenham estado recentemente em áreas onde há transmissão.

“A história do paciente é que determinará o encaminhamento do caso para a investigação laboratorial”, explica o médico Gustavo Campana, diretor médico do Laboratório Exame que integra a Dasa (líder brasileira em medicina diagnóstica).

O diagnóstico laboratorial começa por exclusão. O Ministério da Saúde determina que o paciente passe por um exame de painel viral que não inclui o coronavírus, mas detecta os agentes causadores das síndromes gripais mais comuns. Boa parte dos casos suspeitos até agora foi descartado nesta fase ao dar positivo para o vírus influenza, que provoca a gripe.

Se o agente causador da doença não for encontrado neste primeiro painel viral, a suspeita aumenta e são realizados testes de biologia molecular para tentar identificar o coronavírus.

O teste de biologia molecular é feito a partir de amostras de secreção coletadas da garganta do paciente e do nariz – áreas onde o vírus se instala.

O exame compara a amostra com as informações do sequenciamento genético do coronavírus. “Há dois genes do SARS-CoV-2 (nome do vírus) que são específicos, são diferentes de todos os outros vírus da família coronavírus”, explica o médico Gustavo Campana. “Ao encontrarmos estes genes, podemos dizer que a síndrome gripal foi causada pelo coronavírus”, completa.

No Brasil, um dos primeiros laboratórios a desenvolver o teste específico, ainda em janeiro, logo depois que o sequenciamento do SARS-CoV-2 foi divulgado, foi a Dasa.

Os testes de biologia molecular não estão disponíveis para serem feitos sem indicação médica – ao contrário, só são realizados para pacientes que já foram identificados como prováveis, após atendimento e encaminhamento. “A importância do exame é epidemiológica, ele não oferece informações para o tratamento da doença, é feito para que sejam determinadas as medidas de isolamento e a investigação de contágio”, detalha Gustavo Campana.

Para pacientes da rede pública, esses exames são feitos nos Lacens (laboratórios centrais) localizados nas capitais. Na rede particular, são realizados por laboratórios conveniados como a Dasa.

Após a identificação de um caso positivo seja na rede pública ou privada, o protocolo do Ministério da Saúde é que o material seja enviado para contraprova: uma nova análise realizada em instituições públicas de pesquisa, como o Instituto Adolfo Lutz ou na Fiocruz.

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