Entenda as causas da parada cardiorrespiratória que levou Maradona à morte
Astro lutava há anos contra dependência química e alcoólica, tinha saúde fragilizada e precisou fazer cirurgia no cérebro
atualizado
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Aos 60 anos, o astro do futebol mundial Diego Maradona faleceu nesta quarta-feira (25/11) depois de sofrer parada cardiorrespiratória.
A saúde de Maradona já estava fragilizada há anos. Ele lutava contra dependência química e alcoólica, teve problemas no fígado em decorrência do abuso de bebida, fez cirurgia bariátrica para lidar com o sobrepeso e chegou a ser internado em um hospital psiquiátrico.
No começo de novembro, precisou passar por cirurgia no cérebro para tratar um hematoma subdural. O ex-jogador tentou abandonar o hospital antes de receber alta.
Cardiologista do Hospital Santa Lúcia e conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Lazaro Miranda frisa que pessoas com dependência química, comparadas com as que não usam drogas, têm, no mínimo, duas vezes mais risco de sofrer infarto agudo do miocárdio, arritmia fatal e mal súbito.
“Um homem de 60 anos, exposto há anos a drogas fortes, estava preparando um terreno muito minado de risco para AVC e infarto agudo do miocárdio, cuja primeira manifestação é justamente a parada cardíaca”, explica o médico.
O pós-operatório da cirurgia cerebral recente também pode ter tido impacto na parada cardiorrespiratória: a cicatrização é um processo lento, e os efeitos de uma anestesia geral prolongada em um coração já debilitado costumam ser complicados.