Afinal, endometriose pode virar câncer? Entenda correlação
Ginecologistas alertam que o risco é baixo, mas que a doença inflamatória pode estar relacionada ao aparecimento de tumores
atualizado
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A endometriose é uma doença que atinge as células do endométrio, uma mucosa que reveste as paredes internas do útero, fazendo com que elas se espalhem em órgãos próximos. Cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva têm a condição.
As atingidas pela doença sofrem uma inflamação do endométrio, que causa um fluxo menstrual intenso e fortes cólicas. As consequências, porém, podem ser ainda mais graves. A medicina já encontrou associações entre a inflamação e o câncer ovário.
Endometriose leva ao câncer de ovário
O ginecologista Luiz Fernando Pina, fundador da clínica Baby Center Medicina Reprodutiva, explica a correlação entre as doenças. “A endometriose não vira câncer, ela é sempre benigna, mas por ser uma doença inflamatória, ela influencia no aparecimento de alguns tumores, especialmente os de ovário”, esclarece.
Nos casos de câncer de ovário gerados a partir de inflamações (seja as de apêndice, menos frequentes, ou as de útero), há uma transformação dos endometriomas que chegam no ovário por meio do contato com os hormônios armazenados ali em células cancerígenas.
Cerca de 0,7% das mulheres com endometriose terão endometriomas, e nem todos os tumores desta natureza são malignos. Os malignos são mais frequentes em pacientes mais velhas, especialmente na pós-menopausa.
Câncer de endométrio
Quanto ao câncer de endométrio, o ginecologista esclarece que a principal relação é sintomática. Visualmente, os endometriomas (acúmulos de células no endométrio) muito grandes podem ser sinal de câncer, não de endometriose. Em ambos os casos, o tratamento seria cirúrgico.
Ambas condições se desenvolvem a partir de proliferação celular de forma desordenada em um mesmo órgão, mas sua composição celular é completamente diferente.
Enquanto as mulheres com endometriose têm entre 20 e 40 anos, as atingidas pelo câncer de endométrio costumam ter mais de 60 anos. O diagnóstico é feito através de uma biópsia.
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