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Endometriose: dor incapacitante pode atrapalhar desempenho no trabalho

Estudo norte-americano mostra que mulheres com endometriose perdem, em média, seis horas de produtividade no trabalho por semana

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Mulher com mão na barriga em frente a computador - Metrópoles - Saúde mental no trabalho
1 de 1 Mulher com mão na barriga em frente a computador - Metrópoles - Saúde mental no trabalho - Foto: Getty Images

A endometriose é uma doença que atinge uma em cada dez mulheres no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Caracterizada pela proliferação do tecido endometrial fora do útero, a condição causa dores intensas e irregularidade na menstruação, impactando a vida da mulher em vários aspectos, inclusive na carreira.

Um estudo da Academy of Managed Care Pharmacy, de 2017, chama atenção para a importância do diagnóstico e controle dos sintomas, bem como para a necessidade das empresas oferecerem acolhimento e alternativas de cuidado às funcionárias.

Os pesquisadores da organização norte-americana analisaram dados de aproximadamente 1,4 mil mulheres diagnosticadas com endometriose em 10 países, incluindo o Brasil. Segundo eles, uma mulher com endometriose perde, em média, seis horas de produtividade no trabalho por semana.

A conta dos pesquisadores levou em conta as faltas provocadas pela dor incapacitante e os momentos em que a paciente está trabalhando acometida pelos sintomas da endometriose.

Endometriose

A endometriose é uma doença genética, crônica e progressiva. O útero é revestido pelo endométrio, um tipo de tecido que é expelido do corpo conforme o ciclo menstrual. O diagnóstico ocorre quando o tecido cresce fora do útero, em regiões da cavidade abdominal, como os ovários e a bexiga.

A maioria das pacientes desenvolve a doença durante a puberdade e os sintomas se intensificam de forma progressiva com cólica persistente no período menstrual, dor nas pernas e ao evacuar.

“Estima-se que 70% das pacientes com a doença sejam sintomáticas e tenham como principais sinais a cólica e a dor lombar”, afirma o ginecologista Luís Otávio Manes, especialista em endometriose.

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Ela afeta mulheres em idade reprodutiva e tem origem desconhecida, apesar de em alguns casos ter influência genética. Não há evidências de que a doença tenha cura, contudo, existem tratamentos envolvendo anticoncepcional ou, em casos mais sérios, cirurgias
A endometriose é uma doença caracterizada por dores intensas durante o período menstrual, chegando a incapacitar mulheres de exercerem suas atividades habituais,. Além disso, é comum dores durante relações sexuais, dificuldade em engravidar, dor e sangramento intestinais e urinários
Sangramento menstrual desregulado e intenso, sangramento fora do período menstrual, cansaço, fadiga e dor na base das costas ou na parte inferior do abdômen durante a menstruação podem indicar a presença da doença
Os sintomas da endometriose podem iniciar dias antes da menstruação e terminar dias depois. As dores também podem variar de pessoa para pessoa, tanto em relação à intensidade quanto à frequência. Aliás, a intensidade da dor pode não estar relacionada a extensão da doença. Em outras palavras, pessoas que sentem mais dor podem ter doença menos extensa e vice versa
O diagnóstico da doença é clínico, apesar de não ser tão simples detectá-la. Recorrer a exames de imagem é o método mais comum, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve
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A endometriose é uma doença crônica do sistema reprodutor feminino. Ela surge quando o endométrio, tecido que reveste o útero por dentro, se movimenta em sentido oposto durante a menstruação e pode atingir vários locais na cavidade abdominal, como ovário, intestino e bexiga

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Ela afeta mulheres em idade reprodutiva e tem origem desconhecida, apesar de em alguns casos ter influência genética. Não há evidências de que a doença tenha cura, contudo, existem tratamentos envolvendo anticoncepcional ou, em casos mais sérios, cirurgias

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A endometriose é uma doença caracterizada por dores intensas durante o período menstrual, chegando a incapacitar mulheres de exercerem suas atividades habituais,. Além disso, é comum dores durante relações sexuais, dificuldade em engravidar, dor e sangramento intestinais e urinários

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Sangramento menstrual desregulado e intenso, sangramento fora do período menstrual, cansaço, fadiga e dor na base das costas ou na parte inferior do abdômen durante a menstruação podem indicar a presença da doença

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Os sintomas da endometriose podem iniciar dias antes da menstruação e terminar dias depois. As dores também podem variar de pessoa para pessoa, tanto em relação à intensidade quanto à frequência. Aliás, a intensidade da dor pode não estar relacionada a extensão da doença. Em outras palavras, pessoas que sentem mais dor podem ter doença menos extensa e vice versa

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O diagnóstico da doença é clínico, apesar de não ser tão simples detectá-la. Recorrer a exames de imagem é o método mais comum, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve

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É muito importante estar atenta aos sintomas e procurar com urgência um médico especialista ao suspeitar da presença da enfermidade. A demora em diagnosticar os focos da doença pode levar ao estado mais grave do quadro, quando é necessário partir para uma intervenção cirúrgica

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Outro problema ocasionado pela condição é a infertilidade feminina. Contudo, isso não quer dizer que a gravidez não seja possível. Mulheres com endometriose podem engravidar. Na verdade, tudo dependerá da extensão da doença

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Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é que cerca de 8 milhões de brasileiras sofram com essa condição de saúde

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 Diagnóstico e tratamento

De acordo com o médico, o diagnóstico da endometriose é feito tardiamente, levando em média 10 anos para ser realizado. Esse tempo tem impactos significativos na qualidade de vida das mulheres.

“Faz com que elas passem por situações que afetam diretamente a produtividade no trabalho. Pesquisas recentes mostram que cerca de 70% das mulheres que têm endometriose acabam tendo algum tipo de problema no ambiente profissional e, na maioria das vezes, desenvolvem sintomas depressivos como ansiedade, alteração do humor e fadiga crônica”, relata.

Em casos mais graves, a dor intensa pode ocasionar faltas ao trabalho por conta de consultas médicas, exames, cirurgias ou, simplesmente, pela incapacidade de realizar as tarefas devido aos sintomas.

A endometriose pode dificultar ainda a participação em treinamentos, viagens de trabalho e outras atividades importantes para o desenvolvimento profissional.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a reduzir os sintomas e a melhorar a qualidade de vida das pacientes, o que se reflete na vida profissional.

“É necessário um esforço conjunto da sociedade, empresas e governo para garantir que as mulheres com a doença tenham acesso ao diagnóstico e tratamento adequados, além de um ambiente de trabalho inclusivo e livre de discriminação”, ressalta o especialista.

Licença menstrual

As empresas podem oferecer apoio às pacientes com a flexibilização da jornada de trabalho, possibilidade de trabalho remoto e licenças médicas para tratamento. “É importante conscientizar a sociedade sobre a endometriose e seus impactos, para que as mulheres com a doença sejam compreendidas”, avalia o ginecologista.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) promulgou, na quarta-feira (6/3), a Lei Complementar nº 1.032/2024, que garante “licença menstrual” para servidoras públicas do Distrito Federal. O projeto de lei prevê o distanciamento do trabalho por até três dias consecutivos por mês em caso de “sintomas graves associados ao fluxo menstrual, após homologação pela medicina do trabalho ou ocupacional”.

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