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Endometriose: 22% das cirurgias são feitas sem necessidade, diz estudo

Estudo brasileiro indicou que, em média, uma a cada quatro mulheres operadas por conta da endometriose não precisavam do procedimento

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Foto colorida de mulher deitada em cama e com uma bolsa de água quente na barriga - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de mulher deitada em cama e com uma bolsa de água quente na barriga - Metrópoles - Foto: Martin-dm/Getty Images

Cerca de 10% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva convivem com a endometriose. A doença leva a uma dispersão do tecido do endométrio, o revestimento interno do útero, que deveria ser eliminado na menstruação mas acaba se instalando em outros lugares do corpo.

A endometriose é dolorosa (acentuando as cólicas do período menstrual) e também diminui em até 40% as chances da paciente engravidar. Pelas dores e dificuldades que as mulheres passam por conta da condição, muitas  optam pela cirurgia para reverter o quadro.

Porém, de acordo com um estudo publicado em novembro de 2023 na revista científica BMJ Open Quality, no Brasil, cerca de 22% das mulheres realizam a cirurgia sem necessidade.

Evitando as cirurgias desnecessárias

O estudo foi feito por um grupo de ginecologistas do hospital Albert Einstein, em São Paulo, com 430 pacientes que tinham indicação médica para realizar o procedimento entre 2020 e 2021. O hospital implementou um conselho que validaria os laudos dos colegas, o que reduziu a quantidade de indicações de cirurgias em quase um quarto.

Dentro do programa, todas as indicações de cirurgia de endometriose passam pela análise de duas enfermeiras especialistas. Elas são responsáveis por avaliar o relatório médico de cada paciente, o motivo da indicação da cirurgia, os exames e as evidências. Se todos os critérios são confirmados, então a cirurgia pode ser realizada.

O objetivo do estudo era, inicialmente, avaliar a redução dos custos operacionais do sistema de saúde. As decisões foram feitas tendo a economia de recursos financeiros como prioridade, mas foram cortados apenas os chamados “procedimentos que trazem benefício mínimo ou nenhum aos pacientes”.

A cirurgia

A endometriose pode ser tratada de diversas formas. Existem remédios que regulam os hormônios e podem diminuir a produção de endométrio e tratamentos que permitem suspender a menstruação. Em casos de lesões maiores causadas pelos tecidos que se desprendem do útero, porém, é preciso passar por cirurgia para impedir o vazamento do tecido.

Para o ginecologista André Vinícius Florentino, de São Paulo, a melhor alternativa de tratamento é a que combina cirurgias e bloqueios hormonais para conseguir melhores resultados. “A doença retorna em uma a cada três mulheres que fazem a cirurgia. Não é que o procedimento seja ruim, ele pode ajudar muito as pacientes, mas primeiro precisamos tentar outros tratamentos”, afirma.

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Ela afeta mulheres em idade reprodutiva e tem origem desconhecida, apesar de em alguns casos ter influência genética. Não há evidências de que a doença tenha cura, contudo, existem tratamentos envolvendo anticoncepcional ou, em casos mais sérios, cirurgias
A endometriose é uma doença caracterizada por dores intensas durante o período menstrual, chegando a incapacitar mulheres de exercerem suas atividades habituais,. Além disso, é comum dores durante relações sexuais, dificuldade em engravidar, dor e sangramento intestinais e urinários
Sangramento menstrual desregulado e intenso, sangramento fora do período menstrual, cansaço, fadiga e dor na base das costas ou na parte inferior do abdômen durante a menstruação podem indicar a presença da doença
Os sintomas da endometriose podem iniciar dias antes da menstruação e terminar dias depois. As dores também podem variar de pessoa para pessoa, tanto em relação à intensidade quanto à frequência. Aliás, a intensidade da dor pode não estar relacionada a extensão da doença. Em outras palavras, pessoas que sentem mais dor podem ter doença menos extensa e vice versa
O diagnóstico da doença é clínico, apesar de não ser tão simples detectá-la. Recorrer a exames de imagem é o método mais comum, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve
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A endometriose é uma doença crônica do sistema reprodutor feminino. Ela surge quando o endométrio, tecido que reveste o útero por dentro, se movimenta em sentido oposto durante a menstruação e pode atingir vários locais na cavidade abdominal, como ovário, intestino e bexiga

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Ela afeta mulheres em idade reprodutiva e tem origem desconhecida, apesar de em alguns casos ter influência genética. Não há evidências de que a doença tenha cura, contudo, existem tratamentos envolvendo anticoncepcional ou, em casos mais sérios, cirurgias

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A endometriose é uma doença caracterizada por dores intensas durante o período menstrual, chegando a incapacitar mulheres de exercerem suas atividades habituais,. Além disso, é comum dores durante relações sexuais, dificuldade em engravidar, dor e sangramento intestinais e urinários

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Sangramento menstrual desregulado e intenso, sangramento fora do período menstrual, cansaço, fadiga e dor na base das costas ou na parte inferior do abdômen durante a menstruação podem indicar a presença da doença

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Os sintomas da endometriose podem iniciar dias antes da menstruação e terminar dias depois. As dores também podem variar de pessoa para pessoa, tanto em relação à intensidade quanto à frequência. Aliás, a intensidade da dor pode não estar relacionada a extensão da doença. Em outras palavras, pessoas que sentem mais dor podem ter doença menos extensa e vice versa

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O diagnóstico da doença é clínico, apesar de não ser tão simples detectá-la. Recorrer a exames de imagem é o método mais comum, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve

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É muito importante estar atenta aos sintomas e procurar com urgência um médico especialista ao suspeitar da presença da enfermidade. A demora em diagnosticar os focos da doença pode levar ao estado mais grave do quadro, quando é necessário partir para uma intervenção cirúrgica

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Outro problema ocasionado pela condição é a infertilidade feminina. Contudo, isso não quer dizer que a gravidez não seja possível. Mulheres com endometriose podem engravidar. Na verdade, tudo dependerá da extensão da doença

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Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é que cerca de 8 milhões de brasileiras sofram com essa condição de saúde

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A endometriose melhora muito quando o fluxo de hormônios é regularizado no organismo. A alimentação saudável, uma boa rotina de sono e a prática de exercícios físicos regulares são fatores que ajudam a alcançar o equilíbrio.

“Além disso, é preciso fazer o controle do estresse. Ele libera uma série de hormônios no organismo que levam a uma oxidação de células que são gatilho para a inflamação”, indica o ginecologista.

A causa da endometriose

O endométrio cresce no útero para criar um ambiente favorável onde os óvulos possam crescer. Por isso, a endometriose está conectada ao período reprodutivo feminino e desaparece com a menopausa.

As causas da doença ainda não estão bem estabelecidas na ciência. Há hipóteses de que a condição esteja ligada a infecções silenciosas por bactérias que acabam levando ao crescimento do endométrio, mas ainda não foi possível determinar cientificamente o que desencadeia a endometriose.

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