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Emocionante! Criança dá primeiros passos após cirurgia no cérebro

Heloisa Cardoso Máximo, 3 anos, tinha até 70 crises de epilepsia por dia até passar por um procedimento cirúrgico que mudou sua vida

atualizado

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Camila Cardoso Lopes/ Imagem cedida ao Metrópoles
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1 de 1 Imagem colorida: menina caminha com andador - Metrópoles - Foto: Camila Cardoso Lopes/ Imagem cedida ao Metrópoles

Com apenas 7 meses de vida, Heloísa Cardoso Máximo sofreu a primeira convulsão, para o desespero da família. Ao longo de pouco mais de dois anos, as crises de epilepsia se tornaram constantes. A mãe, Maria Eduarda Cardoso Flauzinu, 24 anos, conta que a filha chegou a ter até 70 episódios ao dia, o que prejudicou o desenvolvimento físico e cognitivo da menina.

Em outubro de 2022, quando já tinha completado 3 anos e depois de tentar diferentes formas de controlar as crises, Heloísa recebeu indicação para uma cirurgia de alta complexidade no Sabará Hospital Infantil, em São Paulo.

O procedimento, realizado nos dias 8 e 11 de novembro, foi um divisor de águas na vida de criança, que deixou de ter convulsões. Apenas um mês depois da cirurgia, a família viu a menina ganhar firmeza para dar os primeiros passos.

“Ela passava a maior parte do tempo deitada por conta do número de convulsões que tinha em um dia. Heloísa evoluiu bastante depois da cirurgia. Já dá uns passinhos e a gente consegue entendê-la. É uma realização”, conta Maria Eduarda.

Epilepsia

A epilepsia é uma doença neurológica que produz descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro. Além dos desconfortos físicos, as crianças podem sofrer dificuldade no desenvolvimento cognitivo.

Estima-se que cinco a dez crianças em cada mil têm epilepsia. As causas podem estar relacionadas a infecções, fraturas, prematuridade, genética ou má-formação do sistema nervoso central.

A família de Heloísa não sabe o que causou a condição na menina. O diagnóstico de epilepsia veio apenas dois meses depois da primeira crise, após muitos exames para investigar o caso.

“Heloísa foi internada várias vezes, em diversos hospitais. Nós tentamos todos os tipos de tratamentos, com remédios para evitar convulsões, uso de canabidiol e dieta cetogênica, mas com 3 anos as crises voltaram a ficar descontroladas, chegando a mais de 70 por dia. A minha filha não conseguia ter uma vida normal”, conta a mãe.

O quadro se agravou no ano passado, quando nem os medicamentos conseguiam controlar a doença e Heloísa foi internada novamente. Foi quando a equipe do neurologista Carlos Takeuchi conseguiu identificar, a partir de exames de imagem, o local exato no cérebro de onde vinham as crises.

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A menina passou por duas cirurgias em novembro de 2022
A cirurgia foi feita em duas etapas
O processo de recuperação inclui sessões de fisioterapia e fonoaudiologia
Desde então, ela não teve mais convulsões
Heloísa aos 3 anos
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Heloísa Cardoso Máximo sofre crises de epilepsia desde os 7 meses de vida

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A menina passou por duas cirurgias em novembro de 2022

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A cirurgia foi feita em duas etapas

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O processo de recuperação inclui sessões de fisioterapia e fonoaudiologia

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Desde então, ela não teve mais convulsões

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Heloísa aos 3 anos

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Cirurgia

Segundo Takeuchi, a paciente tinha uma má-formação chamada displasia cortical, um tecido cerebral mal formado que causava convulsões. É um caso raro, que pode ser solucionado com uma cirurgia para a remoção da displasia.

“Esse é um procedimento de alta complexidade e, para que acontecesse de maneira precisa e eficaz, era necessário confirmar se a área que estava lesionada poderia ser retirada sem prejudicar as funções motoras e que não haveria riscos para a criança”, explica o médico.

Heloísa passou por duas cirurgias, em 8 e 11 de novembro de 2022. O neurocirurgião pediátrico do hospital, José Erasmo Dal Col Lucio, explica que o procedimento consistiu em duas etapas. A primeira foi o implante de eletrodos na superfície do cérebro para o mapeamento da região geradora das crises e a segunda foi a remoção da área malformada.

“Esse tipo de cirurgia não é novo, mas poucos centros hospitalares no Brasil têm condições de realizá-lo. É preciso ter uma equipe multidisciplinar e com expertise no assunto”, explica Lucio.

De acordo com o neurocirurgião, esta foi a melhor opção para Heloísa, uma vez que a lesão causadora da epilepsia estava contida em apenas um local e as crises sem controle estavam interferindo diretamente no desenvolvimento motor e neurológico dela.

Os resultado foi melhor que o esperado até mesmo pela família. “Desde então, ela não convulsionou mais. Foi um verdadeiro milagre, mas a gente sabe que a evolução é lenta”, conta a avó da menina, Camila Cardoso Lopes.

Depois do procedimento, a criança passou a fazer sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, e vem ganhando mais confiança para caminhar e falar as primeiras palavras — a família tem esperança que Heloísa chegue aos dois marcos até o fim deste ano. “Daqui para a frente, ela vai ter um futuro maravilhoso”, celebra Maria Eduarda.

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