Embolia pulmonar: entenda problema que vitimou musa da São Clemente
Condição é causada por coágulos sanguíneos que podem entupir veias de órgãos, como pulmão e coração, impedindo a oxigenação dos tecidos
atualizado
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De acordo com o laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) nesta quarta-feira (17/3), a artista Tuane Moreira da Silva, passista da escola de samba São Clemente, encontrada morta em seu apartamento, no Rio de Janeiro, foi vítima de uma embolia pulmonar. A doença é uma condição grave, também conhecida como trombose pulmonar, que surge quando um coágulo entope um dos vasos que leva sangue para o pulmão. O processo faz com que o oxigênio não chegue aos tecidos do órgão.
Entre os sintomas do problema, estão a falta de ar repentina acompanhada de tosse e dor intensa no peito, principalmente, ao respirar. Outros sinais são tosse com sangue; inchaço das pernas ou dor ao movimentá-las; pele pálida, fria e azulada; sensação de desmaio ou desmaio; confusão mental (principalmente em idosos); batimentos cardíacos rápidos e/ou irregulares e tonturas constantes.
As causas dos coágulos que provocam a embolia são muitas, sendo uma das principais a falta de atividades físicas. Isso porque, quando se fica muito tempo parado na mesma posição, como deitado ou sentado, o sangue começa a se acumular mais em um local do corpo, geralmente nas pernas. Por isso, pacientes que passaram por cirurgias e que precisam permanecer deitados por longos períodos estão mais vulneráveis a desenvolver coágulos, que podem ser transportados pela circulação sanguínea até entupir um vaso pulmonar, causando uma embolia.
Pessoas que sofrem com trombose venosa profunda (TVP) também apresentam um elevado risco de desenvolver coágulos que podem ser transportados para outros órgãos, como o cérebro e os pulmões, provocando complicações graves, como embolia ou AVC.
As fraturas estão entre as principais causas de embolia pulmonar. Quando um osso se parte, pode provocar lesões em vários vasos sanguíneos, além do tempo que se tem que ficar em repouso até a cura completa. Essas lesões podem não só levar à formação de coágulos, mas também à entrada de ar ou gordura na circulação sanguínea, aumentando o risco de embolia.
Até mesmo viagens longas podem provocar o problema, pois o passageiro permanece por muito tempo na mesma posição. No entanto, no avião esse risco pode crescer devido às diferenças de pressão que , em algumas situações, tornam o sangue mais viscoso, facilitando a formação de coágulos.
Pessoas com mais de 60 anos, com histórico de coágulos sanguíneos, obesas, fumantes, com doença cardíaca ou vascular, ou mulheres que fazem uso de pílulas anticoncepcionais ou em tratamento de reposição hormonal estão mais suscetíveis a desenvolver a embolia pulmonar.
Diagnóstico e tratamento
A embolia pulmonar é uma situação grave e demanda atendimento médico imediato. O diagnóstico precisa ser feito rapidamente para que o paciente não desenvolva sequelas posteriores. Assim como ocorreu com Tuane da Silva, casos graves podem evoluir para óbito.
Para descartar outras enfermidades, como problemas cardíacos, o diagnóstico é feito com exames de sangue, eletrocardiograma (ECG), raio-X do tórax, tomografia computadorizada ou angiografia pulmonar para confirmar as suspeitas e iniciar o tratamento.
O método para tratar embolia pulmonar inclui administração de oxigênio ao indivíduo através de uma máscara, medicamentos intravenosos para desfazer o êmbolo, como a heparina, que irá dissolver o coágulo que impede a passagem de sangue, além de analgésicos para aliviar as dores.
Geralmente o tratamento requer internação, que pode durar algumas semanas ou meses. A cirurgia para retirada do trombo pode ser indicada nos casos mais graves ou quando a obstrução da passagem de sangue acontece devido a um objeto estranho ou pedaço de osso, por exemplo. (Com informações do Tua Saúde)