metropoles.com

Em carta ao STF, Abrasco diz que plano de vacinação é parcial e equivocado

Associação Brasileira de Saúde Coletiva formalizou críticas sobre plano de vacinação contra a Covid-19 elaborado pelo governo federal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Enfermeira aplica dose em paciente
1 de 1 Enfermeira aplica dose em paciente - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) enviou, nesta terça-feira (15/12), uma carta ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, em que critica a postura do governo federal com relação à vacinação contra o coronavírus. Segundo eles, as medidas tomadas até agora são “imparciais e equivocadas”.

A declaração foi enviada após o Ministério da Saúde incluir nomes de especialistas que teriam auxiliado o governo a desenvolver o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, recentemente enviado ao STF. Os especialistas afirmam, contudo, que não participaram efetivamente da elaboração do documento.

Na carta, a Abrasco diz que, do ponto de vista técnico-científico, a associação “não considera o que foi anunciado pelo Ministério da Saúde como um verdadeiro e efetivo plano para contenção da pandemia mediante vacinação de abrangência nacional”. Segundo os especialistas, o plano governamental “apenas enumera medidas parciais e, em alguns casos, equivocadas, em resposta à crescente demanda da sociedade.”

A associação também utilizou o texto para protestar contra a inclusão dos nomes de professores e pesquisadores no documento do governo. “Estes profissionais foram recomendados ao MS, atendendo à expressa demanda institucional, para contribuir na construção do assim chamado ‘plano’ de vacinação contra a Covid-19, porém o acolhimento de suas recomendações técnico-científicas ocorreu em graus variados e sempre ancilares”, escreveram. “Pelo exposto, a presença de seus nomes, na condição ambígua de elaboradores ou colaboradores, pode permitir a incorreta interpretação do seu envolvimento e, portanto, responsabilidade pela autoria do trabalho apresentado”.

A Abrasco chegou a recomendar especialistas ao governo para colaborar com a construção do plano de vacinação. A prática faz parte da tradição do Sistema Único de Saúde (SUS) e já é feita há 47 anos. Entretanto, a associação enfatizou que “a participação dos especialistas por ela indicados na construção do ‘plano’ foi esporádica, pouco sistemática e variável segundo a convocação de cada segmento e da participação de cada colaborador”.

As discussões sobre o plano teriam sido segmentadas em dez grupos com temas específicos, o que, segundo a Abrasco, teria dificultado a participação por não haver “clareza da totalidade da discussão”. Outro problema teria sido o ambiente “pouco afeito ao diálogo e com orientações de sigilo” proporcionado pelo ministério nas reuniões, algo “incompatível com uma prática de efetiva colaboração”, segundo os especialistas.

Para a associação, o Brasil precisa urgentemente de um plano “verdadeiro, completo e detalhado”. Para isso, todos os recursos humanos, materiais e financeiros devem ser postos à disposição. Segundo os especialistas, “todos os produtos avaliados como eficazes e seguros pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – a começar pelas vacinas desenvolvidas pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan – devem tomar parte na campanha, que deve ser de abrangência nacional e coordenada pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde”.

Veja a íntegra da carta no site da Abrasco.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?