1 de 1 controle da pressão arterial
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Para algumas pessoas, estar diante de um médico pode ser um momento tenso. A expectativa por resultados de exames é um fator de estresse, que pode causar alterações no ritmo cardíaco e na pressão arterial dentro do consultório. Esta situação, conhecida como “efeito do avental branco”, é mais comum do que se imagina e pode levar a diagnósticos errados.
De acordo com o nefrologista Décio Mion Jr., professor da Faculdade de Medicina da USP e chefe do setor de Mapa do Hospital Sírio-Libanês e Alta Diagnósticos, tudo se resume às emoções.
“Nunca pensamos que a emoção do contato com o médico pudesse alterar a pressão do paciente. Com a chegada do médico são observadas alterações importantes no pulso e a pressão é constantemente mais alta quando aferida por ele do que por um enfermeiro”, observou o médico durante uma palestra no 77º Congresso Mundial e Brasileiro de Cardiologia.
Nesses casos, uma pessoa sem histórico de hipertensão pode acabar sendo medicada incorretamente ou um paciente em tratamento pode ter a dosagem dos medicamentos alterada simplesmente porque a aferição da pressão arterial em consultório apresentou números anormais, acima de 140/90 mmHg.
Alguns indivíduos sofrem o processo contrário, conhecido como “efeito mascaramento”. Neste caso, hipertensos se apresentam com a pressão normalizada (normotensos), sem nenhuma alteração. Um risco para os pacientes que precisam de tratamento.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticas
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Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles
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Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros
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Imagem ilustrativa de pessoa com dor no peito
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A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga
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O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.
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Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.
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A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpo
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Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicada
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Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomas
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Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coração
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Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da mente
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Diagnóstico correto
A melhor estratégia para evitar erros de diagnóstico e no tratamento, segundo Mion, é monitorar a pressão dos pacientes fora do consultório. Para isso são indicados os exames de monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA).
As indicações para os exames são semelhantes e podem fazer parte dos testes para identificação de diferentes categorias de comportamento da pressão arterial, como a hipertensão do avental branco (HAB) e a hipertensão mascarada (HM)
“A pressão de consultório pode não ser precisa para firmar ou descartar o diagnóstico. O Mapa e o MRPA se complementam”, explica o médico.
O Mapa faz a medição automática da pressão arterial do paciente a cada 20 minutos durante o dia e a cada 30 minutos durante a noite. O exame, com duração de 24 horas, é feito por meio de um dispositivo colocado na cintura, conectado por um tubo de plástico fino a uma braçadeira.
Ele avalia se o paciente sofreu alguma elevação ou queda da pressão arterial durante a colocação do aparelho no consultório, em comparação ao registrado ao longo do dia.
Já no MRPA, o próprio paciente deve realizar medições da pressão arterial em casa, durante vários dias, com um aparelho de pressão automático e levar os resultados ao médico. Estudos mostram que o método contribui com a adesão ao tratamento e, consequentemente para o controle da pressão.
“Quem mede a pressão em casa se conhece mais, tem maior chance de diagnóstico correto. Todos devem ter a pressão aferida fora do consultório, ou você pode tratar quem não precisa e deixar de tratar quem realmente necessita”, afirma Mion Jr.
*A repórter Bethânia Nunes esteve no Rio de Janeiro a convite do grupo farmacêutico Novartis para acompanhar o 77º Congresso Brasileiro de Cardiologia.