Ecstasy apresenta bons resultados para tratar estresse pós-traumático
A droga psicodélica ajudou pacientes a diminuírem a intensidade do trauma de acordo com pesquisa realizada por oganização multidisciplinar
atualizado
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A Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos (MAPS) anunciou, nesta quinta-feira (14/9), bons resultados em suas pesquisas sobre o uso de ecstasy no tratamento de pessoas com estresse pós-traumático. A associação promove estudos e atividades para aumentar o conhecimento sobre drogas psicodélicas.
A MAPS também informou que pretende pedir o registro do ecstasy como remédio à Food and Drug Administration (FDA) ainda neste ano. A expectativa é que a terapia esteja disponível aos pacientes em 2024.
O uso de ecstasy
O estudo de fase 3, a última necessária para solicitar a aprovação de um medicamento, apontou bons resultados no tratamento de 104 voluntários. Eles tinham transtornos de nível moderado a grave e já viviam com a doença há 16 anos.
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é caracterizado por crises de ansiedade desencadeadas por gatilhos. O quadro ocorre depois de as pessoas terem vivenciado algum evento traumático, sendo comum em veteranos de guerra ou em crianças que tenham vivido em zonas de conflito, por exemplo.
O ecstasy ou MDMA é uma substância alucinógena que causa estados de delírio e de ampliação dos sentidos. É proibido no Brasil desde os anos 1990. Há cerca de 10 anos, porém, vários psiquiatras começaram a solicitar estudos sobre o potencial da droga em processos terapêuticos.
Como foi feito o estudo?
O estudo da MAPS foi publicado na revista Nature Medicine. Parte dos participantes recebeu duas ou três doses de ecstasy durante sessões de psicoterapia de 90 minutos. O tratamento durou dois meses.
No final do estudo, 86,5% das pessoas que tomaram MDMA alcançaram uma redução mais intensa na gravidade dos sintomas quando comparadas às que não receberam a substância (69%).
Cerca de 71% dos que usaram ecstasy melhoraram o suficiente para não preencherem mais os critérios para um diagnóstico de TEPT. No grupo do placebo, foram 48%.
A maioria dos voluntários teve redução na classificação da intensidade de seus transtornos pós-traumáticos apenas um mês depois do uso da substância e os resultados positivos se mantiveram até um ano depois do uso.
“Esperamos que nosso trabalho sem preconceitos inspire os investigadores de todo mundo e que esta seja apenas a primeira de muitas terapias psicodélicas assistidas a serem validadas através de investigação médica”, diz o médico Rick Doblin, fundador e presidente da MAPS, ao site da associação.
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