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“É preciso encontrar um equilíbrio na vigilância da Covid”, diz OMS

Diretora técnica da OMS explica que países não precisam permanecer em alerta o ano todo, mas encontrar um balanço que garanta o atendimento

atualizado

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OMS/Reprodução
Maria Van Kerkhove na OMS
1 de 1 Maria Van Kerkhove na OMS - Foto: OMS/Reprodução

Em entrevista coletiva nesta terça (24/1), o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, nas últimas oito semanas, foram registradas pelo menos 170 mil mortes decorrentes da Covid-19 – por isso, a pandemia ainda não pode ser dada como encerrada.

“Apesar de estarmos claramente em uma situação melhor do que há três anos, quando a pandemia começou, a resposta global coletiva está novamente sob tensão. Poucas pessoas – especialmente idosos e profissionais de saúde – estão vacinados adequadamente; muitos estão atrasados nos reforços. Para boa parte da população, os antivirais continuam sendo muito caros e de difícil acesso, e muitos ainda não estão recebendo o tratamento adequado“, alerta o diretor-geral da OMS.

A diretora técnica da entidade, Maria Van Kerkhove, afirma que, apesar de o mundo estar convivendo há três anos com o coronavírus, ainda há muito o que descobrir sobre o patógeno e é preciso encontrar um meio termo na vigilância epidemiológica da Covid-19.

“Não esperamos que os países mantenham os níveis de vigilância como eram nos picos da pandemia ou quando a Ômicron foi identificada. É preciso calibrar o alerta, mas continuar testando”, afirma.

Maria pontua que há três motivos principais para não abandonar completamente a testagem. Primeiro, para que os governos saibam com o que estão lidando; segundo, porque os exames são essenciais para garantir que os pacientes recebam tratamento em momento oportuno e possam se isolar para proteger pessoas próximas. Em terceiro lugar, para que se possa monitorar o que está acontecendo nos grupos de risco, e verificar se o vírus está se comportando de maneira diferente nessas populações.

O diretor de Emergências da OMS, Michael Ryan, lembra que o mundo avançou muito em testagem nos últimos três anos, e é importante usar essa nova estrutura adquirida para monitorar não só o coronavírus, mas outros patógenos que estão circulando, como o influenza.

“Tivemos uma reunião com representantes da Somália nesta semana, e ele nos contou que, antes da pandemia, o país não tinha nem um laboratório que realizasse exames PCR. Hoje, são mais de 30. Tivemos uma expansão muito grande na capacidade mundial de testagem”, explica.

Covid longa

Questionados sobre a situação da Covid longa, os diretores afirmam que a entidade está acompanhando vários estudos e pensando em como será o tratamento a longo prazo. Algumas das prioridades da OMS são definir exatamente a doença e quais são os seus sintomas para que o diagnóstico seja feito com mais clareza, entender como ela acontece e como a reinfecção afeta o desenvolvimento do quadro, e resolver como deve ser feito o tratamento.

“Algumas estimativas dão conta que uma a cada 10 pessoas infectadas com o coronavírus pode ter Covid longa. Não temos todas as respostas ainda, mas precisamos que os governos se planejem para responder à demanda de pacientes”, afirma a diretora técnica.

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