“É hora de começar história positiva”, diz voluntária da vacina da Covid-19
A médica Larissa Bragança, de 33 anos, foi a terceira voluntária a receber a candidata à imunização que está sendo testada no DF
atualizado
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Fechando o primeiro dia de aplicações da vacina Coronavac no Distrito Federal, a médica Larissa Bragança, 33 anos, foi a terceira voluntária a receber a imunização contra o coronavírus no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ela atua na UTI do hospital e conta que estar na linha de frente do tratamento à Covid-19 foi fundamental para tomar a decisão de participar do estudo clínico da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech.
“Foi surpreendente ver o o quão difícil é lidar com essa doença, com a gravidade dos pacientes. Eu já trabalhava em pronto-socorro, com pacientes graves, mas a Covid-19 é horrível. Nunca perdemos tanto paciente como para essa doença, nós nos sentimos impotentes. Já que estou bem, não fiquei doente até agora, e posso ajudar um pouco mais, decidi participar”, conta a médica.
Ela lembra que se formou na Universidade de Brasília (UnB), fez trabalhos de pesquisa e precisou muito da ajuda de voluntários. “Já fui muito ajudada, por eles. Mesmo sendo demorado, vale muito a pena participar desta pesquisa”, conta.
Larissa considera que esse é o momento de fazer história de maneira positiva e mostrar para a sociedade a necessidade de apoio e financiamento para a pesquisa no país. “Os profissionais de saúde estão cansados, adoecendo. São pessoas que estão dando a vida e o tempo para fazer bem ao próximo. O mínimo que precisamos é apoio do governo para fazer isso da melhor forma”, afirmou.
No total, cinco pessoas foram vacinadas nesta quarta (5/8). Nenhuma delas sabe se recebeu a imunização ou um placebo. Amanhã (6/8), mais cinco voluntários participarão do estudo, que pretende aplicar o medicamento em 852 profissionais de saúde.