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Durateston: saiba quais são os usos e contraindicações do esteroide

Remédio para tratamento de descontroles hormonais, o durateston tem sido usado como anabolizante e pode ter efeitos colaterais até fatais

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Forma de fisiculturista feita de pílulas em fundo azul. Esteroides, anabolizantes, suplementos, dianabol, durateston
1 de 1 Forma de fisiculturista feita de pílulas em fundo azul. Esteroides, anabolizantes, suplementos, dianabol, durateston - Foto: Getty Images

O durateston, também conhecido com o nome comercial sustanon, é um um dos esteroides mais consumidos no Brasil, já que pode ser comprado em farmácia comum e sua produção se dá em uma escala maior que outros anabolizantes como a oxandrolona e o estanozolol, que têm venda controlada em prescrições individuais e manipuladas.

O durateston é um composto que mistura quatro tipos diferentes de testosterona sintetizadas. O medicamento é indicado para o tratamento de reposição hormonal em homens com hipogonadismo, uma deficiência congênita ou adquirida na produção do hormônio pelo corpo.

Entretanto, seu uso se popularizou para ganho de massa muscular (anabolismo) e são comuns as falsificações tanto da substância quanto de receitas para adquiri-la em farmácia. O uso estético é uma ameaça vida por aumentar as chances de infarto e AVC.

O que é o durateston?

Derivado direto do hormônio testosterona, o durateston é classificado como um esteroide anabólico androgênico. Sua composição combina diferentes formas de éster testosterona (propionato, fenilpropionato, isocaproato e decanoato), que alteram a velocidade em que o hormônio será processado pelo corpo, resultando em efeitos tanto imediatos quanto de longa duração.

“Por vezes, o composto pode ser enriquecido com substâncias para estimular a atividade testicular, o que leva a uma produção aumentada de testosterona também pelo próprio organismo”, explica o endocrinologista Clayton Macedo, representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (SBEM-SP).

Para que foi criado e quando?

O durateston foi criado nos anos 1970 pela Organon e segue sendo considerado um medicamento. Disponível apenas em versão injetável, ele é usado para tratar condições médicas associadas à deficiência de testosterona. Seu uso terapêutico é destinado à reposição hormonal em homens e é regulamentado para este fim em diversos países, incluindo o Brasil, onde possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Tem registro na Anvisa? Para que tipo de uso?

A farmacêutica responsável por produzir o durateston no Brasil é a Aspen Pharma. Só em 2024, foram apreendidos oito lotes de versões falsas do medicamento que estavam sendo vendidas no país.

A fabricante esclarece que, para pacientes que necessitem do durateston, é preciso adquirir o remédio sempre em farmácias de confiança, com a embalagem completa (ampola, caixa e bula) e apresentação de receita médica.

“As unidades falsificadas apresentam características distintas do medicamento original, tais como: erros gramaticais na bula, ausência de baixo relevo na impressão do número do lote e data de validade, e impressão de baixa qualidade na caixa, com manchas e falhas”, indica a Aspen Pharma.

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Qual os efeitos do durateston?

Por ser um repositor de testosterona, o durateston causa efeitos anabólicos e androgênicos que são característicos do hormônio. Os anabólicos são ganho de massa muscular e força, entretanto, os frequentadores de academia fogem dos efeitos androgênicos: eles alteram o equilíbrio hormonal do corpo, acentuando características masculinas, alterando o sistema reprodutor e o funcionamento do coração.

Em pessoas que têm deficiência na produção de testosterona, porém, o remédio é uma ótima fonte hormonal. “Ele é registrado para tratamento de hipogonadismo masculino e reposição hormonal, promovendo o aumento de massa muscular, força e retenção de nitrogênio, além de melhorar a síntese proteica do organismo como um todo”, explica o médico do esporte Alberto Pochini, editor-chefe da Revista Brasileira de Medicina Esportiva.

Com esses efeitos, o durateston melhora a recuperação muscular e promove um aumento da disposição. O uso estético da substância, porém, vem acompanhado de riscos significativos.

Quais são os riscos do uso estético?

Desde 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe a prescrição de hormônios anabolizantes para fins estéticos, incluindo os que tem registro na Anvisa, como o durateston.

“O durateston é uma ameaça à vida quando é usado de forma recreativa. Ele pode levar a complicações cardiovasculares como ataques cardíacos e AVC, à insuficiência hepática e ao risco de morte por arritmias cardíacas”, alerta Pochini.

Os especialistas apontam que os riscos de efeitos colaterais incluem ainda um aumento considerável da quantidade de acne, tendência à retenção de líquidos, maior risco de hipertensão, queda de cabelo e ginecomastia (crescimento anormal das mamas em homens).

Além disso, ao ser usado fora de sua recomendação, o durateston altera a forma que o corpo produz a testosterona natural — o organismo se torna dependente das injeções frequentes da substância. A alteração atinge até a próstata, glândula produtora de testosterona em homens, que pode crescer e gerar incômodo com sintomas semelhantes ao do câncer na região.

O remédio pode ainda causar danos ao fígado, ao sistema cardiovascular e até mesmo ao sistema nervoso. Também há relatos de efeitos psicológicos, como uma maior agressividade e mudanças de humor intensas inspiradas pelo excesso de testosterona.

As aplicações do remédio também causam grande dor e inchaço. Os produtos adulterados, que são vendidos sem receita, podem causar reações alérgicas. O uso do durateston deve ser restrito às indicações médicas e supervisionado por profissionais de saúde para evitar consequências à saúde e à vida.

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