Drone é usado pela primeira vez no mundo para transportar rim nos EUA
Experimento feito pela Universidade de Maryland ainda está em fase de testes, mas a expectativa é que ajude a modernizar entrega de órgãos
atualizado
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Depois de oito anos, a americana Trina Glispy, 44, moradora de Baltimore, EUA, recebeu um transplante de rim. A novidade, no entanto, foi o sistema de entrega realizado por um drone especialmente produzido por uma equipe da Universidade de Maryland. Esse é o primeiro equipamento desse tipo a ser testado no mundo e pode ajudar a acelerar consideravelmente a urgente tarefa de entregar órgãos.
Esse foi o primeiro voo oficial do drone e, por isso, a viagem foi curta, de menos de cinco quilômetros. Antes de transportar o rim, o drone já havia realizado 44 voos de teste, com mais de 700 horas no ar. Um dos grandes diferenciais é que o drone é monitorado em tempo real. Sendo assim, a equipe de médicos pôde acompanhar o trânsito do órgão.
Confira vídeo em inglês feito pela Universidade de Maryland.
O drone tem motores e hélices duplicados, baterias duplas e um paraquedas de emergência. O mecanismo incluiu ainda dois pilotos em terra, que monitoraram o voo usando uma rede sem fio. Caso houvesse falha no sistema automatizado, eles poderiam tomar o controle. O drone ainda tem aparelhos para medir temperatura, pressão barométrica e vibrações.
Para executar o projeto, a equipe de especialistas médicos da Universidade de Maryland trabalhou em conjunto com colegas nos departamentos de aviação e engenharia da instituição, bem como com a Living Legacy Foundation de Maryland, que supervisiona as doações de órgãos no estado.
Em entrevista ao New York Times, o chefe da equipe, Joseph Scalea, médico e professor de cirurgia da Universidade de Maryland, afirmou que, no caso de transplantes de órgãos, cada minuto é precioso para mantê-los saudáveis. Ele relembrou, inclusive, um caso em que um rim despachado do Alabama demorou 29 horas para chegar ao seu hospital.
Vida nova
Após a cirurgia, a americana contemplada se recupera bem. Glispy, que tem três filhos, descobriu que sofria de insuficiência renal em 2011. Ela passou a realizar hemodiálises três vezes por semana, em sessões de quatro horas.
Apesar de ser uma alternativa, a hemodiálise pode ter consequências ruins para o organismo e não cura doenças renais. A expectativa de vida dos pacientes em diálise varia muito, mas a média é de cinco a dez anos. No entanto, os transplantes de rins podem melhorar a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes.