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Dor no ombro pode indicar tipo raro de câncer em local inusitado

Dores no ombro, na nuca e no braço podem sinalizar para a presença de um tumor em um local sem relação com a musculatura da região

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Dor no ombro pode indicar tipo raro de câncer no pulmão, o tumor de Pancoast - Metrópoles
1 de 1 Dor no ombro pode indicar tipo raro de câncer no pulmão, o tumor de Pancoast - Metrópoles - Foto: Tom Merton/Getty Images

Todas as dores persistentes no corpo são preocupantes e merecem atenção médica pois podem ser sintomas de problemas de saúde graves. Uma dor progressiva no ombro, por exemplo, é o principal sintoma de um câncer agressivo, conhecido como tumor de Pancoast.

O tumor de Pancoast é um câncer de pulmão específico, que ocorre no topo do órgão e, devido ao seu crescimento, vai comprimindo nervos e artérias da região, causando especialmente dor nos ombros.

Sintomas

“A parte mais alta do nosso pulmão está entre vértebras, costelas e em uma região onde passam muitas artérias e nervos. Quando o câncer de pulmão aparece ali, ele não tem espaço para crescer a não ser comprimindo outras partes do corpo, o que causa esse tipo de dor, que é bastante típica”, afirma o oncologista Murilo Buso, do Cettro (Centro de Câncer de Brasília).

Segundo Buso, as dores do tumor de Pancoast são bastante características e se assemelham aquela sensação de golpear o cotovelo. “É uma compressão de nervo que vai ocorrendo continuamente”, alerta ele. Antes dessa dor constante, porém, é comum que se apresente uma sensação de formigamento e de calor na região.

O nervo da face também pode ser um dos afetados pela compressão, levando a sintomas como a queda da pálpebra. O tumor também pode diminuir as artérias que passam na região onde está localizado. Nestes casos, o fluxo sanguíneo para o braço próximo àquele pulmão diminui e são observados outros sintomas, como a diferença de coloração e de temperatura entre um braço e o outro.

“A compressão do nervo do braço pode levar a lesões permanentes, com uma perda da força e funcionalidade do braço, especialmente com uma debilitação dos movimentos do dedo mindinho do braço afetado”, alerta o oncologista.

Sinal de alerta

Um fator que contribui para a evolução deste tipo de tumor é a demora em conseguir o diagnóstico correto. Como a dor é localizada no ombro, a maioria dos pacientes busca assistência de um ortopedista para se tratar.

“Os profissionais de saúde, mesmo que não sejam oncologistas, irão pedir exames de imagem em que certamente apareceram sinais do tumor. O problema maior consiste no paciente se acostumar com a dor persistente e com a perda de força e não procurar o médico”, diz Buso.

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No fim do século 20, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis no mundo
O tabagismo é a principal causa. Cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco
A mortalidade entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior
A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão também favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer
Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos, água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes
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O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 13% de todos os casos novos são nos órgãos

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No fim do século 20, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis no mundo

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O tabagismo é a principal causa. Cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco

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A mortalidade entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior

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A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão também favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer

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Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos, água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes

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Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado. Porém, pessoas no estágio inicial da doença já podem apresentar tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, pneumonia recorrente, cansaço extremo, rouquidão persistente, piora da falta de ar, diminuição do apetite e dificuldade em engolir

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O diagnóstico do câncer no pulmão é feito com a avaliação dos sinais e sintomas apresentados, o histórico de saúde familiar e o resultado de exames específicos, como a radiografia do tórax, tomografia computadorizada e biópsia do tecido pulmonar

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Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo

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Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo

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A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença

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Fatores de risco

O tumor de Pancoast tem fatores de riscos semelhantes aos outros tipos de câncer de pulmão, como o que matou a cantora Rita lee, na última segunda-feira (8/5), aos 75 anos.

O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, a doença está associada ao consumo de derivados de tabaco.

“O padrão epidemiológico é o mesmo, é apenas um câncer de pulmão que surgiu em uma região nobre, com nervos e artérias muito importantes próximos e que causa esses efeitos”, diz o oncologista.

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