Tá pago! Dona Inês, aos 93, faz musculação três vezes por semana
Inês Pacheco começou a fazer musculação aos 75 anos para tratar dores da artrose e desde então não parou. Na academia, é chamada de Musa
atualizado
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Entrar na academia e manter o hábito nem sempre é tarefa fácil para a maioria das pessoas, seja pelo estilo de vida agitado ou pela preguiça. Para a paulista Inês Pacheco, 93 anos, a musculação é parte importante da rotina. Há 18 anos, ela faz musculação três vezes por semana para tratar uma artrose no quadril e não pensa em parar.
Bem-humorada e com uma risada gostosa de se ouvir, a secretária aposentada conta que começou a fazer musculação em 2005, aos 75 anos. No início, ela acompanhava a filha Sylvia Pacheco, que malhava há um ano. Hoje, é ela quem incentiva o resto da família a se exercitar.
“Gosto muito de ir para a academia. Me sinto bem com a musculação”, conta a secretária aposentada. Ela é chamada de Musa pelos colegas da academia.
O treino de força foi indicado pela médica reumatologista de Inês como uma estratégia para aliviar as dores da osteoporose e da artrose do quadril. Com o corpo mais firme e forte, ela conseguiu reduzir as doses de remédios indicados para a dor.
“A musculação permitiu que meus remédios para dor fossem reduzidos. Consegui levar o problema numa boa”, lembra a aposentada.
Artrose
A artrose ou osteoartrite do quadril é um processo degenerativo e de desgaste da cartilagem que reveste a cabeça do fêmur e o acetábulo, região da bacia onde a cabeça do fêmur se encaixa.
O levantamento de peso é indicado para esses pacientes porque fortalece os músculos encarregados de sustentar as articulações.
“Nos graus iniciais de artrose, a musculação é bastante benéfica. Quando os músculos ao redor da área afetada estão fortes, eles poupam aquela articulação” afirma o geriatra Rafael Almeida de Oliveira, médico do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).
Musculação na terceira idade
A prática de exercícios físicos na terceira idade oferece inúmeros benefícios à saúde física e mental. Entre os principais, destacam-se saúde cardiovascular, força e flexibilidade e equilíbrio. As atividades são uteís para prevenir de quedas e doenças crônicas.
De acordo com o geriatra do HBDF, é esperado que as pessoas sofram um declínio funcional com o passar da idade. A atividade física ajuda a manter a habilidade e a segurança para andar e fazer as atividades do dia a dia com autonomia.
“Quanto mais a idade avança, mais indicação a pessoa tem de fazer exercícios. A perda muscular é muito grande entre os idosos”, diz o geriatra.
Segundo Oliveira, o treino deve ser de leve a moderado, de três a quatro vezes na semana, por cerca de 40 minutos. “A pessoa que está com o exercício em dia consegue fazer tudo isso e se envolver com atividades de lazer que exigem a capacidade física”, afirma Oliveira.
Inês passou uma cirurgia para corrigir a artrose em 2016 e outra em 2018 após sofrer uma queda. Nas duas operações, os médicos afirmaram que a recuperação rápida se deu a sua rotina de atividades físicas.
Acompanhamento profissional
Dona Inês faz musculação três vezes por semana pelo programa Bio Master, uma estratégia de treinos desenvolvida para os idosos matriculados na academia Bio Ritmo, de São Paulo.
“Quando se fala sobre longevidade, se trata de viver mais com qualidade. O principal ponto para o atendimento correto a clientes com mais de 60 anos é a orientação especializada e o acompanhamento cotidiano. É imprescindível identificar a necessidade de cada indivíduo e trazer treinamentos com profissionais qualificados”, explica a gerente técnica da Bio Ritmo, Aline Perez.
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