Doença de Lyme: conheça a doença de Justin Bieber e Avril Lavigne
Transmitida pela picada do carrapato, em longo prazo, pode causar artrite, problemas neurológicos e cardíacos
atualizado
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Segundo informações do site TMZ, o cantor Justin Bieber foi diagnosticado com a doença de Lyme em 2019. O documentário sobre o artista, que será lançado no final de janeiro, deve explorar a batalha do canadense contra a chamada “doença do carrapato”.
Bieber não é o primeiro famoso a ser infectado pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida pelo carrapato. A cantora Avril Lavigne também foi contaminada e passou cinco anos em casa tentando se recuperar.
“Eu tinha aceitado a morte e podia sentir meu corpo desligando. Sentia como se estivesse me afogando. […] Minha mãe me segurou. Em seus braços, escrevi a primeira música que estou lançando para contar a minha história”, relatou a artista quando lançou o single Head Above Water, que fala sobre a luta contra a doença, em 2018.
O que é?
A doença de Lyme, também conhecida como doença do carrapato, é causada pela picada de um carrapato contaminado pela bactéria Borrelia burgdorferi (presente no sangue de animais como veados e ratos), causando o aparecimento de mancha vermelha circular na pele que aumenta ao longo do tempo. Geralmente, o carrapato pica sem que a pessoa perceba e é preciso que ele fique agarrado pelo menos 24 horas para transmitir a infecção.
Os sintomas da doença de Lyme são progressivos, sendo classificados em:
Sintomas iniciais
Surgem entre 3 e 30 dias após a picada do carrapato infectado e incluem:
- Lesão e vermelhidão no local da picada, parecida com um olho de boi, de 2 cm a 30 cm, que vai aumentando com o tempo;
- Cansaço;
- Dores nos músculos, articulações e cabeça;
- Febre e calafrios;
- Rigidez da nuca.
Quando se tem algum desses sintomas, especialmente acompanhados de mancha ou vermelhidão na pele, é recomendável consultar imediatamente um clínico geral ou infectologista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento com antibióticos.
Sintomas tardios
Aparecem quando o tratamento não é iniciado a tempo e estão relacionados com o aparecimento de complicações como:
- Artrite, principalmente no joelho, com dor e inchaço nas articulações;
- Sintomas neurológicos, como dormência e dor nos pés e nas mãos, paralisia dos músculos da face, falhas de memória e dificuldade de concentração;
- Meningite, que é caracterizada por dor de cabeça severa, rigidez da nuca e aumento de sensibilidade à luz;
- Problemas de coração, sendo notados devido a palpitações, falta de ar e desmaio.
Na presença desses sintomas, é recomendável ir ao hospital para receber tratamento e evitar o agravamento das complicações que, quando não tratadas, podem colocar em risco a vida do paciente.
Como confirmar o diagnóstico
A doença de Lyme normalmente é diagnosticada através de exames de sangue que podem ser feitos de 3 a 6 semanas depois de a pessoa ser mordida pelo carrapato — esse é o tempo necessário para a infecção se desenvolver e aparecer nos exames.
Os testes que podem ser utilizados para detectar a doença de Lyme incluem:
- Exame Elisa: tipo de exame sorológico realizado com o objetivo de identificar anticorpos específicos produzidos pelo sistema imunológico contra a bactéria e, assim, verificar sua concentração no organismo;
- Exame de Western Blotting: é utilizada uma pequena amostra de sangue para estudar as proteínas que os anticorpos usaram para combater a bactéria causadora da doença.
A doença de Lyme é confirmada quando o resultado dos dois exames é positivo. Além disso, o médico pode solicitar a realização de hemograma e a dosagem da Proteína C reativa (PCR) para confirmar a infecção.
Como é feito o tratamento
1. Uso de antibióticos
O tratamento para a doença de Lyme deve ser sempre indicado por um médico e, normalmente, a infecção é tratada com antibiótico duas vezes ao dia por um período de 2 a 4 semanas ou de acordo com a recomendação do profissional.
Geralmente, o antibiótico é tomado via oral, porém, em casos mais graves, é preciso ficar internado para que o medicamento seja administrado diretamente na veia, evitando complicações. Mulheres lactantes podem fazer o tratamento com antibióticos sem que o bebê corra riscos.
2. Sessões de fisioterapia
Em situações graves, a doença de Lyme pode causar artrite, principalmente no joelho, com dor e inchaço nas articulações. Nesses casos, a pessoa pode precisar de fisioterapia para recuperar a mobilidade e conseguir realizar as atividades do dia a dia sem dor. As sessões são realizadas por fisioterapeutas e incluem exercícios de mobilidade e alongamentos de acordo com a gravidade.
Em algumas situações, o médico pode recomendar o uso de anti-inflamatórios para diminuir a inflamação das articulações. (Com informações do portal Tua Saúde)