Doença celíaca ou sensibilidade ao glúten? Entenda a diferença
Apesar de apresentarem sintomas semelhantes, a sensibilidade ao glúten não celíaca não causa reações imunológicas no organismo
atualizado
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Diferentemente da doença celíaca e da alergia ao trigo, a sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) pode não causar reações graves no organismo. O problema, contudo, pode causar desconfortos, interferindo na qualidade de vida do paciente. Os principais sintomas da SGNC são diarreia intercalada com episódios de prisão de ventre, inchaço e dores abdominais, porém episódios de náuseas, dores de cabeça e até mesmo fadiga também são comuns.
Já a doença celíaca é a intolerância permanente ao glúten presente nos alimentos. Isso acontece porque o corpo não produz ou produz pouca enzima capaz de degradar a substância, o que provoca uma reação do sistema imune que resulta em lesões no intestino. Apesar dos sintomas serem semelhantes, a diferença é importante para que o paciente faça as adaptações necessárias em seu estilo de vida.
A nutricionista ortomolecular Claudia Luz, da Via Farma, explica que o glúten é uma substância encontrada no trigo e em outros grãos, como a cevada o e centeio. Ele é o responsável por “dar liga” às preparações de alimentos. “No entanto, suas proteínas são de difícil digestão e podem causar reações adversas em algumas pessoas, com sintomas que aparecem logo após a ingestão de glúten e desaparecem com sua retirada da dieta”, detalha a especialista.
Os sintomas da SGNC podem ser confundidos com os da doença celíaca e da alergia ao trigo. Por conta disso, segundo Claudia Luz, o diagnóstico é feito por eliminação. “Diferente dessas duas condições, a sensibilidade ao glúten não causa reações imunológicas, por isso, o paciente pode contar com a ajuda de enzimas digestivas, readequando a dieta e estabelecendo níveis seguros de glúten na alimentação”, justifica.
Para se ver livre dos desconfortos intestinais causados pela SGNC, é preciso melhorar a saúde intestinal. As enzimas digestivas são uma opção de tratamento que pode permitir que pacientes com sensibilidade ao glúten consumam quantidades limitadas da substância.
O tratamento deve ser indicado por um nutrólogo ou nutricionista, para que sejam feitos testes que determinem o nível de tolerância de cada indivíduo. “É importante reforçar que as enzimas não substituem uma dieta especial e que elas não são indicadas para casos de doença celíaca ou alergia ao trigo”, alerta Claudia Luz.
As opções mais indicadas, de acordo com a especialista, são aquelas que contam com uma combinação de enzimas que atuam em conjunto para promover uma digestão mais completa do glúten. “Em farmácias de manipulação, por exemplo, é possível encontrar fórmulas que combinam protease, aspergilopepsina, peptidase DPP IV e triglicerídeos de cadeia média”, sugere Claudia. “Diferente das enzimas isoladas, essa mistura promove a degradação de proteínas competitivas, como as do ovo, soja e leite, atuando em ampla faixa de pH e trazendo mais eficácia.”