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Doces e fast food reprogramam cérebro para querermos mais, diz estudo

Pesquisa alemã mostra que os alimentos ricos em açúcar e gordura aumentam significativamente as reações cerebrais à liberação de dopamina

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Fotografia mostra vários tipos de alimentos ricos em gordura, como batata frita, cachorro quente e donuts - Metrópoles
1 de 1 Fotografia mostra vários tipos de alimentos ricos em gordura, como batata frita, cachorro quente e donuts - Metrópoles - Foto: Getty Images

Estar diante de uma bandeja de brigadeiros ou de um pacote de salgadinhos e comer apenas um é praticamente impossível para você? A culpa não é sua: um grupo de cientistas da Alemanha e dos Estados Unidos descobriu que os alimentos ricos em gordura e açúcar reprogramam o cérebro das pessoas para que elas, inconscientemente, queiram mais comida.

Os resultados do novo estudo foram publicados nessa quarta-feira (22/3) no site do Instituto Max Planck para Pesquisa do Metabolismo, da Alemanha. Os pesquisadores da instituição mediram a atividade cerebral de um grupo de voluntários, em um experimento em parceria com cientistas da Universidade de Yale, nos EUA.

Uma parte das pessoas recebeu um pequeno flan com altos níveis de açúcar e gordura diariamente durante dois meses. A sobremesa deveria ser inserida na dieta regular dos participantes. Outro grupo recebeu um doce com exatamente a mesma quantidade de calorias, mas menos gordura.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de os malefícios do açúcar serem altamente divulgados, o Brasil é um dos países que mais consome a substância no mundo
Os brasileiros ingerem ao menos 80g de açúcar por dia, o que é superior ao recomendado: 25g a 50g diárias, levando em consideração uma dieta de duas mil calorias
Segundo especialistas, o açúcar possui propriedades viciantes e acionam uma série de reações no corpo humano. Além de causar alergias, ingerir a substância em excesso pode desativar o sistema imunológico e deixar o indivíduo mais propenso a adquirir infecções
O excesso de açúcar no corpo faz com que a glicemia dispare e, após um tempo, despenque. Além disso, o corpo pedirá mais e, caso não receba, começará a enviar sinais de abstinência. Consequentemente, o indivíduo entra em ciclo compulsório de fome e o desejo pelo consumo de doces aumenta
A partir disso, o problema só piora. O organismo deixa de funcionar da forma correta e sérios problemas de saúde começam a surgir
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O consumo excessivo de açúcar está diretamente ligado a sérios problemas de saúde. Comer muito doce e carboidratos, por exemplo, pode aumentar a chance de desenvolver diabetes, câncer, obesidade, entre outros

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de os malefícios do açúcar serem altamente divulgados, o Brasil é um dos países que mais consome a substância no mundo

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Os brasileiros ingerem ao menos 80g de açúcar por dia, o que é superior ao recomendado: 25g a 50g diárias, levando em consideração uma dieta de duas mil calorias

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Segundo especialistas, o açúcar possui propriedades viciantes e acionam uma série de reações no corpo humano. Além de causar alergias, ingerir a substância em excesso pode desativar o sistema imunológico e deixar o indivíduo mais propenso a adquirir infecções

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O excesso de açúcar no corpo faz com que a glicemia dispare e, após um tempo, despenque. Além disso, o corpo pedirá mais e, caso não receba, começará a enviar sinais de abstinência. Consequentemente, o indivíduo entra em ciclo compulsório de fome e o desejo pelo consumo de doces aumenta

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A partir disso, o problema só piora. O organismo deixa de funcionar da forma correta e sérios problemas de saúde começam a surgir

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A funcionalidade e elasticidades dos tecidos são perdidos, o que faz com que o envelhecimento precoce se instale. Problemas na visão e apodrecimentos dos dentes também são possíveis. Além disso, doenças autoimunes podem ser provocadas; e a saúde dos cabelos, ser comprometida

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O consumo excessivo da substância também pode causar diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares, ansiedade, estresse, baixa energia, problemas intestinais, enxaqueca, instabilidade emocional, entre outros

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Apesar de o que possa parecer, não é necessário cortar o açúcar de uma vez, mas consumir com moderação

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Ter o controle da quantidade do açúcar ingerido auxilia tanto na perda de peso quanto na melhoria da qualidade de vida. Exercícios físicos, alimentação balanceada e uma boa noite de sono podem ajudar a diminuir o vício em doces

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Os participantes que receberam o flan com alto teor de gordura e açúcar tiveram um aumento significativo das reações cerebrais após as oito semanas do experimento. Os pesquisadores notaram especialmente a liberação da dopamina – hormônio relacionado às sensações de prazer e bem-estar – em regiões do cérebro responsáveis pela motivação e recompensa.

Pequenas quantidades de dopamina são liberadas no cérebro quando as pessoas fazem algo que gostam, como comer um doce, dançar e fazer sexo, por exemplo. O consumo de álcool e de drogas recreativas também pode liberar o hormônio.

De acordo com os autores do estudo, esses estímulos fazem com que as pessoas desejem inconscientemente esses alimentos, os escolhendo mesmo quando há outras opções.

“Nossas medições da atividade cerebral mostraram que o órgão se reprograma através do consumo de gordura e açúcar. O cérebro aprende a preferir comida gratificante. Através dessas mudanças, inconscientemente sempre iremos preferir os alimentos que contêm muita gordura e açúcar”, explica o principal autor do estudo, Marc Tittgemeyer, em um comunicado.

Tittgemeyer acredita que a preferência por alimentos açucarados entre os voluntários continuará após o final do estudo. “Novas conexões são feitas no cérebro e não se dissolvem tão rapidamente. Afinal, o objetivo do aprendizado é que, uma vez que você aprende algo, não se esqueça rapidamente”, afirma.

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