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Divertida mente: quando a ansiedade se torna um problema

Em Divertida mente 2, a protagonista entrou na adolescência e vai conhecer a ansiedade, sentimento que é dos mais comuns no período

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Imagem mostra a personagem Ansiedade do filme Divertida Mente mexendo no painel de emoções - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra a personagem Ansiedade do filme Divertida Mente mexendo no painel de emoções - Metrópoles - Foto: Pixar/Reprodução

Em Divertida mente 2, animação que está em cartaz nos cinemas, a protagonista Riley entrou na adolescência e vai conhecer a ansiedade, sentimento que é dos mais comuns nesse período da vida. Riley precisará aprender a lidar com a emoção para não ser prejudicada em suas relações pessoais.

O psiquiatra Pedro Morgado, professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho, de Portugal, explica que a ansiedade é uma emoção aparentada do medo, que nos ajuda a prever e a reagir aos perigos da vida.

“Antes os perigos eram da ordem da sobrevivência. Agora, são o medo do julgamento dos outros, o de não ganhar likes e o de cometer erros”, explica Morgado. “A sociedade mudou, mas as funcionalidades do cérebro não acompanharam. Então, reagimos com muita intensidade aos ´perigos atuais´”, completa.

Quando a ansiedade é um problema

Os roteiristas de Divertida mente acertaram ao eleger a ansiedade como uma das emoções principais da puberdade. “Os adolescentes são, particularmente, afetados pela ansiedade devido às mudanças provocadas pelo desenvolvimento cerebral e pelas alterações hormonais. Além disso, as questões sociais vão se sobrepondo à proteção familiar”, comenta a psiquiatra Fernanda Krieger, especializada em crianças e adolescentes.

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As mudanças hormonais e a etapa de desenvolvimento cerebral tornam os adolescentes mais suscetíveis à ansiedade
A protagonista terá de aprender a lidar com o sintoma
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A ansiedade é um dos sentimentos mais prevalentes na adolescência

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As mudanças hormonais e a etapa de desenvolvimento cerebral tornam os adolescentes mais suscetíveis à ansiedade

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A protagonista terá de aprender a lidar com o sintoma

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Especialista em saúde mental na adolescência, o psiquiatra Rodrigo Bressan pondera que, assim como todos os outros sentimentos, a ansiedade não é boa e nem má. “É uma resposta natural do corpo, que precisa estar ativa para reagirmos ao mundo”, afirma.

O problema se dá quando ela atrapalha a vida do adolescente, faz com que ele não consiga desempenhar tarefas corriqueiras.

“Se o adolescente entrar em pânico porque vai realizar uma prova ou se não consegue conversar com os amigos, é importante buscar ajuda”, afirma Bressan, criador do Mindcheck, um teste online para avaliar a saúde mental de jovens e adolescentes. “O marcador que indica ansiedade patológica é a funcionalidade do jovem”, completa.

Sinais de alerta para os pais

Os sintomas físicos da ansiedade são tensão muscular, taquicardia, transpiração em excesso, dor de cabeça e tontura. Se o indivíduo não aprende a lidar com a ansiedade, pode desenvolver síndrome do pânico, fobias específicas ou transtornos alimentares.

Os especialistas recomendam que os pais estejam atentos a mudanças de comportamento dos filhos, à tendência deles de se isolar e a hábitos ruins de sono, entre outras coisas. “Se o adolescente entra em pânico na época das provas ou evita estar com os colegas da mesma faixa etária, é importante procurar orientação”, destaca Bressan, que dá aulas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Morgado lembra da importância de não normalizar incômodos relacionados à saúde mental, classificando-os como “besteira” ou “só uma fase”. “Se a ansiedade está atrapalhando a vida do jovem, ela precisa ser tratada. Quando exacerbado, esse sentimento provoca muito sofrimento e impede a pessoa de ter uma vida plena”, afirma o especialista português.

Sono, alimentação e exercício físico

Segundo os especialistas, o acompanhamento de um profissional capacitado e alguns ajustes na rotina são capazes de transformações significativas no comportamento de adolescentes que estão sofrendo de ansiedade. “Incentivar a prática de esportes e organizar os horários de sono já pode fazer uma diferença considerável”, completa Bressan.

• Os especialistas participaram do Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções 2024, realizado entre 26 e 29 de junho, no Rio de Janeiro. A jornalista realizou a cobertura jornalística do evento a convite dos organizadores.

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