Distúrbios respiratórios do sono pioram evolução da Covid, diz estudo
Pesquisa relacionou casos graves de Covid-19 com índices de hipóxia associada ao sono, que gera falta de oxigênio nos tecidos corporais
atualizado
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Em estudo publicado na última quarta-feira (10/11) na revista científica Jama, cientistas descreveram uma associação entre distúrbios respiratórios do sono e complicações envolvendo a Covid-19. Os pesquisadores relacionaram casos graves da infecção pelo coronavírus com os índices de hipóxia, condição caracterizada pela ausência de oxigênio nos tecidos corporais que acontece em pacientes com apneia do sono.
As descobertas sugerem que a hipóxia relacionada ao sono está associada à progressão das lesões causadas pelo coronavírus, servindo como um amplificador da doença. Embora a condição potencialize tanto a replicação do vírus quanto a inflamação do organismo, a pesquisa indica que a hipóxia não está vinculada ao aumento da probabilidade de contrair Covid-19, mas pode causar casos mais graves com a evolução da doença.
A pesquisa contou com a participação de cientistas do Centro Clínico de Cleveland, da Universidade de Medicina do Arizona e da Universidade de Medicina do Nordeste de Ohio. Todas são instituições dos Estados Unidos.
Com o início dos sintomas da Covid-19, taxas crescentes de hospitalização e morte foram observadas em pacientes com hipóxia. As pessoas com o quadro respiratório tinham 31% mais chances de ir para o hospital ou morrer por conta do coronavírus.
O estudo incluiu pacientes que foram testados com Covid-19 entre março e novembro de 2020, e que tinham um registro de estudo do sono disponível. Foram usadas informações de 5.402 pessoas.
Desse total, 1.935 testaram positivo para Covid-19. Entre os que tinham o coronavírus, cerca de 1.000 possuíam distúrbios respiratórios do sono.
Os participantes eram formados por 3.005 (55,6%) mulheres e 2.397 (44,4%) homens. Quanto à divisão por etnia, 1.696 eram negros (31,4%), 3.259 eram brancos (60,3%), e 822 eram de outra raça ou etnia (15,2%).
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