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Dinamarca pode já ter chegado ao futuro da pandemia. Entenda

País derrubou as medidas de proteção contra o coronavírus com cerca de 88% da população completamente vacinada

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Copenhague, Dinamarca
1 de 1 Copenhague, Dinamarca - Foto: Cortesia

No dia 10 de setembro, o governo da Dinamarca decidiu acabar com todas as medidas de restrição contra o coronavírus e retornar à vida normal, como era antes da pandemia. Com 88% da população adulta vacinada com as duas doses contra a Covid, as boates estão funcionando, os festivais de música acontecem nos fins de semana e o transporte público está cheio de pessoas sem máscara. As escolas também estão recebendo alunos sem restrições.

Aproximando-se do inverno, a época do ano com maior transmissão do coronavírus, o país está acompanhando a questão da Covid-19 pela comunidade internacional. Mesmo com a abertura, os novos casos e óbitos não subiram consideravelmente, e o governo dinamarquês trata a doença como endêmica.

O coronavírus não desapareceu do país, mas não é mais responsável por pressionar o sistema de saúde, e os hospitais têm dado conta da nova demanda. Em entrevista à revista científica Science, Jeremy Farrar, epidemiologista e pesquisador do Wellcome Trust (grupo internacional dedicado a temas de saúde), acredita que os próximos meses serão essenciais para entender como o vírus vai se comportar nesta nova fase.

Segundo Farrar, é preciso um momento de transição entre a pandemia e a endemia, e o inverno será a prova de fogo do país. Se os casos não voltarem a subir com as aglomerações de fim de ano e as viagens, significará que a Dinamarca terá deixado a pandemia para trás.

Versão menos perigosa

Para Lone Simonsen, epidemiologista da Roskilde University, com a população imunizada, o vírus que circula agora é uma versão menos perigosa do que era no primeiro ano da pandemia. “Estamos pensando nesse vírus como uma versão sem garras do original. A vacina retirou as unhas. O que sobrou não é muito pior do que as doenças que estamos acostumados e não nos forçam a fechar escolas, como a gripe sazonal, ou talvez a pandemia de influenza de 2009”, ressalta a professora.

Apesar de as crianças e alguns adolescentes dinamarqueses ainda não estarem imunizados, Simonsen não acredita que essa faixa da população será responsável por um novo surto da doença. Ela diz que o país deve alcançar a imunidade de rebanho na primavera do próximo ano, que acontece a partir de abril no Hemisfério Norte.

O que se sabe sobre a vacinação de adolescentes contra Covid-19

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A vacina da Pfizer/BioNTech é a única que pode ser aplicada em menores de 18 anos no Brasil
A autorização para o uso emergencial em adolescentes com 12 anos ou mais foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho deste ano
A Pfizer foi pioneira nos estudos clínicos com pessoas mais jovens e a primeira empresa a pedir a aprovação da agência brasileira
Além de proteger os jovens contra os efeitos da infecção, a vacinação contribui para reduzir a circulação viral, protegendo também adultos e idosos mais vulneráveis
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As principais agências regulatórias de medicamentos do mundo já aprovaram a imunização de adolescentes com 12 anos ou mais contra a Covid-19

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A vacina da Pfizer/BioNTech é a única que pode ser aplicada em menores de 18 anos no Brasil

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A autorização para o uso emergencial em adolescentes com 12 anos ou mais foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho deste ano

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A Pfizer foi pioneira nos estudos clínicos com pessoas mais jovens e a primeira empresa a pedir a aprovação da agência brasileira

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Além de proteger os jovens contra os efeitos da infecção, a vacinação contribui para reduzir a circulação viral, protegendo também adultos e idosos mais vulneráveis

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A miocardite (inflamação do coração) foi apontada por estudos como um dos efeitos colaterais após a vacinação com imunizantes de RNA, como Pfizer e Moderna. O evento é considerado muito raro

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A miocardite é mais comum entre os jovens, observada com maior frequência entre os meninos após a segunda dose. Ela pode causar dor no peito e batimentos cardíacos acelerados, sintomas que desaparecem em poucos dias

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Cientistas alertam que o risco de desenvolver miocardite após a infecção pelo novo coronavírus é até seis vezes maior do que após a vacina e reforçam a necessidade da imunização

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O Statens Serum Institute, uma agência do governo da Dinamarca para pesquisa em saúde pública, estima que até a estação, na melhor das hipóteses, 90% da população acima dos 12 anos estará imunizada e, se os dinamarqueses continuarem adotando algumas das medidas de proteção, o país não deve passar por mais um surto da Covid-19.

No cenário contrário, se a cobertura vacinal continuar como está, e os dinamarqueses abandonarem as poucas restrições que ainda são obrigados a seguir, o instituto estima uma onda de casos tão grande quanto a que o mundo experimentou no fim de 2020 e começo de 2021, após as festas de fim de ano.

Terceira dose

Os modelos não levam em consideração futuras variantes, ou a queda na imunidade estimulada pelas vacinas. Para evitar que a população esteja desprotegida, o governo da Dinamarca já aplica a terceira dose em grupos vulneráveis e quer imunizar toda a população eventualmente.

O governo acompanha de perto a situação epidemiológica durante a abertura, e não descarta a possibilidade de dar passos para trás, voltando a fechar as escolas e exigindo o uso de máscaras entre a população novamente.

A situação da Dinamarca é importante por ser um exemplo do poder da vacinação. Outros países já reabriram as portas e derrubaram as restrições, mas todos com coberturas vacinais muito menores do que a nação nórdica.

O Reino Unido, por exemplo, acabou com as medidas quando cerca de metade da população estava completamente imunizada e já precisou lidar com mais uma onda de casos da Covid-19. O mesmo acontece nos Estados Unidos, que sofrem com a hesitação vacinal, os grupos antivax e a variante Delta.

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