Diminuição da caligrafia pode ser sinal de Parkinson, diz neurologista
O Parkinson é uma doença degenerativa que tem sintomas além dos tremores nas mãos. Especialista diz como são estágios inicias da condição
atualizado
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Um dos sinais mais conhecidos do Parkinson são os tremores nas mãos. Porém, de acordo com o neurologista Guilherme Torezani, coordenador de doenças cerebrovasculares do Hospital Icaraí, no Rio de Janeiro, a doença degenerativa é lenta e progressiva, e o paciente muitas vezes não é capaz de identificar o seu avanço.
“O início dos sintomas motores pode ser sutil, como lentidão em uma das mãos, que leva à diminuição da letra ao escrever, chamado de micrografia, ou a redução do balançar de um dos braços durante a caminhada, que é comum entre os pacientes”, alerta o médico.
Outros sinais da doença podem ser:
- Rigidez muscular;
- Lentidão nos movimentos;
- Instabilidade postural, além de perda progressiva de equilíbrio;
- Diminuição do olfato;
- Distúrbios do sono;
- Prisão de ventre;
- Depressão.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem Parkinson. Estima-se que 200 mil pessoas no Brasil sofram com a doença.
Mesmo com os avanços científicos, como identificação de algumas proteínas e alterações metabólicas nos pacientes, ainda não se sabe exatamente quais os motivos que levam à perda progressiva de neurônios típica da condição.
“Com o envelhecimento, é natural que tenhamos a morte dos neurônios que produzem dopamina, que é responsável pelo aprendizado motor, sistema de recompensas e outras várias funções cerebrais complexas. Porém, no caso dos pacientes com Parkinson, essas células são perdidas com mais rapidez”, explica Torezani.
Tratamento
A doença de Parkinson deve ser tratada por um neurologista, e o protocolo vai além dos medicamentos. Para que o paciente tenha melhor qualidade de vida, é importante praticar fisioterapia motora contínua, terapia ocupacional e atividade física, o que ajuda na melhora do equilíbrio, força física e resgate da autonomia e autoestima.
Torezani lembra que, apesar de parecer promissor, o tratamento com derivados da cannabis ainda depende de mais estudos para avaliar exatamente qual é o papel dos medicamentos contra a doença.
“O canabidiol, por exemplo, ainda que não tenha nível de evidência para indicação, parece ser mais benéfico para sintomas não motores do que motores da doença”, analisa o neurologista.
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