Dificuldade de engolir pode indicar câncer de boca. Saiba mais sinais
De acordo com o Inca, cerca de 15 mil casos de câncer de boca são diagnosticados por ano no Brasil. Os óbitos chegam a 6,5 mil
atualizado
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O câncer de boca costuma evoluir de forma silenciosa e, muitas vezes, sua detecção ocorre apenas quando o tumor está em estágio avançado.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a incidência de câncer de boca é baixa: são cerca de 15 mil casos por ano. A mortalidade, entretanto, é alta: 6,5 mil óbitos/ano.
Entre os sintomas do câncer de boca, está a dificuldade de engolir. “O crescimento do tumor atrapalha a movimentação da língua, o que acaba dificultando ações como falar, mastigar e engolir“, aponta a oncologista Andressa Teruya Ramos, que atende em São Paulo.
A dificuldade de engolir, entretanto, só costuma aparecer em estágios mais avançados da doença. No início, os sintomas costumam ser placas vermelhas ou esbranquiçadas dentro da cavidade oral. “O câncer de boca muitas vezes não é visível. Além dos lábios e gengivas, ele pode ocorrer na parte interna das bochechas, no céu da boca e na região embaixo da língua”, explica Andressa.
A médica cita os principais sintomas do câncer de boca:
- Feridas ou úlceras na boca;
- Manchas vermelhas ou brancas;
- Dificuldade para mastigar ou engolir;
- Inchaço ou nódulos no pescoço;
- Mau hálito.
Cigarro e álcool são as principais causas de câncer de boca, principalmente quando estão associados.
HPV e câncer de boca
O vírus HPV também já foi associado ao câncer de boca, especialmente, o de orofaringe, que atinge a língua e as amídalas. “O HPV se correlaciona com seis tipos de câncer: de colo de útero, de vagina, de vulva, de pênis, do canal anal e de boca”, explica o oncologista Wesley Pereira Andrade, titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SMCO).
O médico explica que o sistema imunológico da maioria das pessoas consegue debelar o vírus HPV, mas, em alguns casos, ele resiste, causando uma infecção persistente. Em quadros assim, o vírus se integra ao DNA da célula do indivíduo e provocar mutações que podem resultar em um tumor.
“O material genético do HPV se liga ao DNA da célula natural e provoca mutações no material genético original da célula. A célula deixa de ser normal e vai evoluindo em uma linha de mutações subsequentes, que chamamos de próstata de carcinogênese. Com o tempo, poderão ocorrer tantas mutações que a célula se transformará de benigna em maligna”, explica o médico.
Os especialistas reforçam a importância do sexo seguro, com o uso de preservativos, para evitar infecções pelo vírus HPV. Outra estratégia efetiva é a vacinação contra o vírus, que é disponível na rede pública e deve ser feita antes ou no início da vida sexual.
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