Dietas que incluem “dia do lixo” funcionam?
A pausa no regime pode ser um incentivo para que um paciente resistente se adapte a uma rotina saudável. No entanto, se é usada de maneira inadequada, atrapalha o plano de emagrecimento
atualizado
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Existem mil estratégias para se fazer dieta. O sucesso depende em parte do objetivo e do organismo de cada pessoa. Há um modelo de dieta que inclui o chamado “dia do lixo” ou, em alguns casos, “a refeição do lixo”. Em outras palavras, um momento para abandonar a dieta, comer o que quiser e depois seguir a vida como se nada tivesse acontecido.
Segundo a nutricionista clínica e esportiva Patrícia de Castro Campos, do Instituto Castro e Santos, em Brasília, o “dia do lixo” é uma forma de burlar a dieta para consumir alimentos muito calóricos e ricos em açúcar. No entanto, a especialista aceita conceder uma única refeição livre na semana para que o paciente se adapte de maneira mais tranquila ao processo de reeducação alimentar. “Sempre libero uma refeição por semana, algo que o paciente goste muito, mas mesmo assim tento encaminhá-lo para uma escolha saudável”, afirma.
Para o nutricionista Renato França, tão importante quanto saber o que comer é saber como comer corretamente fora do plano alimentar. “Sair da dieta faz parte, especialmente se queremos ter uma adesão a médio e longo prazo. O mais importante é incorporar hábitos saudáveis ao estilo de vida”, defende. De acordo com França, não há tanto prejuízo se os “escorregões” forem eventuais dentro de uma rotina equilibrada de alimentação e atividades físicas.
O nutricionista critica, entretanto, a instituição de um “dia do lixo”. Para ele, a “folga alimentar” cria uma espécie de compromisso de sair da dieta. Além de estimular a compulsão alimentar, o hábito pode provocar ganho de peso. “A pessoa vai acumulando vontades durante toda a semana e vai planejando todas as besteiras que vai comer de uma vez só”, relata. “Para quem quer emagrecer, não adianta nada acumular um deficit calórico de segunda a sexta, mas no fim de semana ter ingestão excessiva”, finaliza.