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Fazer dieta não compromete energia para treinar, sugere estudo

Pesquisa feita em ratos indica que a restrição calórica da dieta não impede que o corpo tenha energia para realizar exercício físico

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Foto colorida - mulher branca comendo no parque - dieta exercício físico
1 de 1 Foto colorida - mulher branca comendo no parque - dieta exercício físico - Foto: Getty Images

Uma das receitas mais conhecidas para perder peso é combinar uma dieta de restrição calórica com atividade física intensa. O problema, porém, é que muita gente reclama que ao fechar a boca, falta a energia necessária para dar um gás nos exercícios. Essa desculpa, porém, pode ser falsa.

Uma pesquisa feita por neurocientistas americanos da Universidade da Califórnia e educadores físicos brasileiros da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) demonstrou que cortar as calorias ingeridas em 20% não diminuiu a distância que ratos foram capazes de correr em seus testes de desempenho físico.

Os animais não eram obrigados a correr: eles tinham uma roda de movimento à disposição e faziam exercícios voluntários. Mesmo com as reduções de alimentação, eles seguiram mantendo padrões semelhantes de exercício, segundo o estudo publicado no Physiology & Behavior em maio de 2024.

Como a dieta afeta a energia para exercícios?

A investigação apontou que a restrição alimentar só afetou a capacidade de se exercitar dos camundongos na segunda semana da pesquisa, quando foi elevada a 40%. Neste contexto, eles tiveram uma redução média de distância de 11% em comparação à dieta anterior.

Não foi percebida uma perda de peso considerável em nenhum dos cenários. As diminuições de massa foram maiores quando a redução das calorias ingeridas foi de 40%, mas ainda assim foram baixas, na ordem de 2% do peso dos animais. Para os pesquisadores, isso indica que ratinhos com o costume de alta carga de atividade são insensíveis aos mecanismos de restrição, e o corpo se adapta para manter os fluxos de energia.

“Mesmo com a queda da ingestão, os animais simplesmente continuaram correndo, como se a recompensa de estar em atividade compensasse o alimento. O exercício voluntário foi notavelmente resistente à redução da quantidade de comida em 20% e até mesmo em 40%”, resume o biólogo Theodore Garland, líder do estudo, em entrevista ao site da Universidade da Califórnia.

Embora a pesquisa tenha sido realizada com animais, os investigadores consideram que os resultados do trabalho podem ser usados para avaliar os efeitos em uma população humana, já que os mecanismos de recompensa pela atividade física, com melhoras estéticas e de saúde, são maiores entre nós.

Gerar um déficit calórico ao consumir menos calorias do que gastamos, com a manutenção de uma rotina de exercícios físicos, pode nos manter motivados e não afeta a energia. Se você está se sentindo indisposto para fazer suas atividades por ter entrado em uma dieta, a culpa não está no prato, mas nos mecanismos de recompensa que você adota.

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