Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA, da sigla em inglês) dos Estados Unidos descobriu que a dieta keto, também conhecida como cetogênica, com alto teor de gordura e baixo teor de carboidratos, pode ajudar a aliviar sintomas de abstinência em alcoólatras. Os dados foram publicados na revista científica Science Advances.
Os especialistas acompanharam 33 homens e mulheres saudáveis com histórico de abuso de álcool durante três semanas. Os voluntários se comprometeram a não beber no período. Uma parte do grupo recebeu a orientação para seguir uma dieta cetogênica, com 80% de calorias diárias provenientes de gorduras boas e 5% de carboidratos. O restante dos participantes seguiu uma dieta padrão.
Os primeiros resultados apareceram apenas dois dias após o início do experimento. De acordo com o trabalho, os voluntários que estavam seguindo a dieta cetogênica necessitaram de menos remédios para controlar os sintomas de abstinência do que os do grupo controle. Eles também afirmaram sentir menos impulso de beber.
Os pesquisadores acreditam que a dieta cetogênica foi capaz de reduzir a inflamação do organismo, além de ajudar a estabilizar a química cerebral de pacientes alcoólatras. A alimentação teria atuado na redução dos sintomas e facilitado a transição do cérebro a um estado sem álcool.
De acordo com os especialistas, quando há um alto consumo de álcool, o cérebro passa a depender menos da glicose (ou açúcar) para obter energia. Assim, quando um indivíduo para de beber, o cérebro precisa se reajustar à glicose como fonte de energia, o que pode levar a sintomas graves.
A dieta cetogênica baseia-se na restrição máxima de carboidratos, o que induz o corpo a um estado de cetose, em que o organismo queima gordura como combustível em vez da glicose dos carboidratos. Isso faz com que o fígado produza corpos cetônicos, uma fonte especial de combustível criada a partir de ácidos graxos.
Esses corpos cetônicos são semelhantes ao que o cérebro usa como combustível durante a dependência do álcool. Assim, as cetonas presentes no cérebro durante a sobriedade podem explicar por que os alcoólatras experimentam sintomas de abstinência menos graves com a dieta cetogênica, de acordo com a análise.
Os pesquisadores ainda não sabem se os benefícios observados são de longo prazo ou como a descoberta pode ser usada para ajudar alcoólatras em recuperação em larga escala.
Estudos anteriores apontam a dieta cetogênica como uma forma de viver mais. Em 2017, pesquisadores da Universidade de McMaster e do Hamilton Health Sciences, ambos no Canadá, descobriram que uma alimentação rica em gordura boas e pobre em carboidratos pode reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares em até 23%.
Veja as melhores dietas para manter uma alimentação saudável segundo ranking anual da U.S. News & World Report:
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Dieta Dash – A sigla significa, em português, Métodos para Combater a Hipertensão e foca não só em diminuir a quantidade de sódio ingerida, mas em alimentos ricos em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio. A dieta tem 20 anos e é reconhecida por várias publicações científicas pela eficiência em reduzir a pressão arterial e controlar o peso
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Dieta Mediterrânea – Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares
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Dieta Flexitariana – Sugere uma redução de até 70% do consumo de carne, substituindo a proteína animal por vegetais, frutas, sementes, castanhas e cereais. Com o regime, o organismo ficaria mais bem nutrido e funcionaria melhor. É recomendado começar trocando a carne vermelha por frango ou peixe e procurar um nutricionista para acompanhar a necessidade de suplementação de vitamina B12, encontrada em alimentos de origem animal
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Dieta MIND – Inspirada nas dietas Mediterrânea e Dash, a MIND é feita especificamente para otimizar a saúde do cérebro, cortando qualquer alimento que possa afetar o órgão e focando em nozes, vegetais folhosos e algumas frutas. Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos descobriu que os pacientes que seguiram a dieta diminuíram o risco de Alzheimer de 35% a 53%, de acordo com a disciplina para seguir as recomendações
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Dieta TLC – Criada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, pretende cortar o colesterol para melhorar a alimentação dos pacientes. São permitidos vegetais, frutas, pães integrais, cereais, macarrão integral e carnes magras. Há variações de acordo com cada objetivo, como melhorar o colesterol e perder peso
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Dieta Nórdica – Como o nome sugere, a dieta é baseada na culinária de países nórdicos e dá bastante enfoque ao consumo de peixes (salmão, arenque e cavala), legumes, grãos integrais, laticínios, nozes e vegetais, além de óleo de canola no lugar do azeite. Segundo a OMS, o regime reduz o risco de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares
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Dieta Volumétrica – Criada pela nutricionista Barbara Rolls, a ideia é diminuir a quantidade de caloria das refeições, mas mantendo o volume de alimentos ingeridos. São usados alimentos integrais, frutas e verduras que proporcionam saciedade e as comidas são divididas pela densidade energética
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Vigilantes do Peso – O programa existe há mais de 50 anos e estabelece uma quantidade de pontos para cada tipo de alimento e uma meta máxima diária para cada pessoa, que pode criar o próprio cardápio dentro das orientações. Além disso, há o incentivo a atividades físicas e encontros entre os participantes para trocar experiências
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Dieta Mayo Clinic – Publicada em 2017 pelos médicos da Mayo Clinic, um dos hospitais mais reconhecidos dos Estados Unidos, o programa é dividido em duas partes: perca e viva. Na primeira etapa, 15 hábitos são revistos para garantir que o paciente não desista e frutas e vegetais são liberados. Em seguida, aprende-se quantas calorias devem ser ingeridas e onde encontrá-las. Nenhum grupo alimentar está eliminado e tudo funciona com equilíbrio
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Dieta Asiática – O continente é enorme, mas há traços comuns na gastronomia de toda a região. Uma ONG de Boston definiu uma pirâmide alimentar baseada nos costumes orientais: vegetais, frutas, castanhas, sementes, legumes e cereais integrais, assim como soja, peixe e frutos do mar são muito usados, enquanto laticínios, ovos e outros óleos podem ser consumidos em menor frequência. A dieta pede também pelo menos seis copos de água ou chá por dia, e saquê, vinho e cerveja podem ser degustados com moderação