metropoles.com

Dieta keto pode ajudar alcoólatras a abandonar o vício, diz pesquisa

Alimentação reduz inflamação e auxilia na estabilização da química cerebral de pacientes com sintomas de abstinência menos graves

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
homem tequila bebida alcoólica álcool
1 de 1 homem tequila bebida alcoólica álcool - Foto: iStock

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA, da sigla em inglês) dos Estados Unidos descobriu que a dieta keto, também conhecida como cetogênica, com alto teor de gordura e baixo teor de carboidratos, pode ajudar a aliviar sintomas de abstinência em alcoólatras. Os dados foram publicados na revista científica Science Advances.

Os especialistas acompanharam 33 homens e mulheres saudáveis com histórico de abuso de álcool durante três semanas. Os voluntários se comprometeram a não beber no período. Uma parte do grupo recebeu a orientação para seguir uma dieta cetogênica, com 80% de calorias diárias provenientes de gorduras boas e 5% de carboidratos. O restante dos participantes seguiu uma dieta padrão.

Conforme a necessidade de cada um, participantes de ambos os grupos receberam medicamentos para ajudar com sintomas de abstinência, que podem incluir ansiedade, tremores, náuseas, suor, febre e insônia.

Os primeiros resultados apareceram apenas dois dias após o início do experimento. De acordo com o trabalho, os voluntários que estavam seguindo a dieta cetogênica necessitaram de menos remédios para controlar os sintomas de abstinência do que os do grupo controle. Eles também afirmaram sentir menos impulso de beber.

Os pesquisadores acreditam que a dieta cetogênica foi capaz de reduzir a inflamação do organismo, além de ajudar a estabilizar a química cerebral de pacientes alcoólatras. A alimentação teria atuado na redução dos sintomas e facilitado a transição do cérebro a um estado sem álcool.

De acordo com os especialistas, quando há um alto consumo de álcool, o cérebro passa a depender menos da glicose (ou açúcar) para obter energia. Assim, quando um indivíduo para de beber, o cérebro precisa se reajustar à glicose como fonte de energia, o que pode levar a sintomas graves.

A dieta cetogênica baseia-se na restrição máxima de carboidratos, o que induz o corpo a um estado de cetose, em que o organismo queima gordura como combustível em vez da glicose dos carboidratos. Isso faz com que o fígado produza corpos cetônicos, uma fonte especial de combustível criada a partir de ácidos graxos.

Esses corpos cetônicos são semelhantes ao que o cérebro usa como combustível durante a dependência do álcool. Assim, as cetonas presentes no cérebro durante a sobriedade podem explicar por que os alcoólatras experimentam sintomas de abstinência menos graves com a dieta cetogênica, de acordo com a análise.

Os pesquisadores ainda não sabem se os benefícios observados são de longo prazo ou como a descoberta pode ser usada para ajudar alcoólatras em recuperação em larga escala.

Estudos anteriores apontam a dieta cetogênica como uma forma de viver mais. Em 2017, pesquisadores da Universidade de McMaster e do Hamilton Health Sciences, ambos no Canadá, descobriram que uma alimentação rica em gordura boas e pobre em carboidratos pode reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares em até 23%.

Veja as melhores dietas para manter uma alimentação saudável segundo ranking anual da U.S. News & World Report:

10 imagens
<b>Dieta Mediterrânea –</b> Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares
<b>Dieta Flexitariana –</b> Sugere uma redução de até 70% do consumo de carne, substituindo a proteína animal por vegetais, frutas, sementes, castanhas e cereais. Com o regime, o organismo ficaria mais bem nutrido e funcionaria melhor. É recomendado começar trocando a carne vermelha por frango ou peixe e procurar um nutricionista para acompanhar a necessidade de suplementação de vitamina B12, encontrada em alimentos de origem animal
<b>Dieta MIND –</b> Inspirada nas dietas Mediterrânea e Dash, a MIND é feita especificamente para otimizar a saúde do cérebro, cortando qualquer alimento que possa afetar o órgão e focando em nozes, vegetais folhosos e algumas frutas. Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos descobriu que os pacientes que seguiram a dieta diminuíram o risco de Alzheimer de 35% a 53%, de acordo com a disciplina para seguir as recomendações
<b> Dieta TLC –</b> Criada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, pretende cortar o colesterol para melhorar a alimentação dos pacientes. São permitidos vegetais, frutas, pães integrais, cereais, macarrão integral e carnes magras. Há variações de acordo com cada objetivo, como melhorar o colesterol e perder peso
<b> Dieta Nórdica –</b> Como o nome sugere, a dieta é baseada na culinária de países nórdicos e dá bastante enfoque ao consumo de peixes (salmão, arenque e cavala), legumes, grãos integrais, laticínios, nozes e vegetais, além de óleo de canola no lugar do azeite. Segundo a OMS, o regime reduz o risco de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares
1 de 10

Dieta Dash – A sigla significa, em português, Métodos para Combater a Hipertensão e foca não só em diminuir a quantidade de sódio ingerida, mas em alimentos ricos em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio. A dieta tem 20 anos e é reconhecida por várias publicações científicas pela eficiência em reduzir a pressão arterial e controlar o peso

iStock
2 de 10

Dieta Mediterrânea – Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças cardiovasculares

3 de 10

Dieta Flexitariana – Sugere uma redução de até 70% do consumo de carne, substituindo a proteína animal por vegetais, frutas, sementes, castanhas e cereais. Com o regime, o organismo ficaria mais bem nutrido e funcionaria melhor. É recomendado começar trocando a carne vermelha por frango ou peixe e procurar um nutricionista para acompanhar a necessidade de suplementação de vitamina B12, encontrada em alimentos de origem animal

Dose Juice/Unsplash
4 de 10

Dieta MIND – Inspirada nas dietas Mediterrânea e Dash, a MIND é feita especificamente para otimizar a saúde do cérebro, cortando qualquer alimento que possa afetar o órgão e focando em nozes, vegetais folhosos e algumas frutas. Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos descobriu que os pacientes que seguiram a dieta diminuíram o risco de Alzheimer de 35% a 53%, de acordo com a disciplina para seguir as recomendações

iStock
5 de 10

Dieta TLC – Criada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, pretende cortar o colesterol para melhorar a alimentação dos pacientes. São permitidos vegetais, frutas, pães integrais, cereais, macarrão integral e carnes magras. Há variações de acordo com cada objetivo, como melhorar o colesterol e perder peso

6 de 10

Dieta Nórdica – Como o nome sugere, a dieta é baseada na culinária de países nórdicos e dá bastante enfoque ao consumo de peixes (salmão, arenque e cavala), legumes, grãos integrais, laticínios, nozes e vegetais, além de óleo de canola no lugar do azeite. Segundo a OMS, o regime reduz o risco de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares

David B Townsend/Unsplash
7 de 10

Dieta Volumétrica – Criada pela nutricionista Barbara Rolls, a ideia é diminuir a quantidade de caloria das refeições, mas mantendo o volume de alimentos ingeridos. São usados alimentos integrais, frutas e verduras que proporcionam saciedade e as comidas são divididas pela densidade energética

8 de 10

Vigilantes do Peso – O programa existe há mais de 50 anos e estabelece uma quantidade de pontos para cada tipo de alimento e uma meta máxima diária para cada pessoa, que pode criar o próprio cardápio dentro das orientações. Além disso, há o incentivo a atividades físicas e encontros entre os participantes para trocar experiências

Ola Mishchenko/Unsplash
9 de 10

Dieta Mayo Clinic – Publicada em 2017 pelos médicos da Mayo Clinic, um dos hospitais mais reconhecidos dos Estados Unidos, o programa é dividido em duas partes: perca e viva. Na primeira etapa, 15 hábitos são revistos para garantir que o paciente não desista e frutas e vegetais são liberados. Em seguida, aprende-se quantas calorias devem ser ingeridas e onde encontrá-las. Nenhum grupo alimentar está eliminado e tudo funciona com equilíbrio

Rui Silvestre/Unsplash
10 de 10

Dieta Asiática – O continente é enorme, mas há traços comuns na gastronomia de toda a região. Uma ONG de Boston definiu uma pirâmide alimentar baseada nos costumes orientais: vegetais, frutas, castanhas, sementes, legumes e cereais integrais, assim como soja, peixe e frutos do mar são muito usados, enquanto laticínios, ovos e outros óleos podem ser consumidos em menor frequência. A dieta pede também pelo menos seis copos de água ou chá por dia, e saquê, vinho e cerveja podem ser degustados com moderação

Sharon Chen/Unsplash

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?