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Dieta com restrição de carne pode diminuir risco de câncer, diz estudo

Levantamento de quase 500 mil pessoas mostra que dietas baseadas em plantas têm benefícios contra várias doenças

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Na foto, garfos com alimentos - Metrópoles
1 de 1 Na foto, garfos com alimentos - Metrópoles - Foto: iStock

Cada vez mais populares ao redor do mundo, as dietas baseadas em plantas trazem grandes benefícios para a saúde e podem diminuir a chance de câncer, de acordo com um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicado nessa quinta-feira (24/2), na revista científica BMC Medicine.

O regime pesquisado evita o consumo de proteína animal, mas aceita que o paciente coma peixes. Foram analisados dados de um banco de dados com quase 500 mil britânicos cadastrados entre 2006 e 2010 — todos responderam um questionário que envolvia a dieta diária.

Os pesquisadores acompanharam os registros médicos dos participantes por 11 anos para verificar como a saúde deles evoluiu durante o período. Os britânicos foram divididos em quatro grupos: o primeiro era formado pelos que comem carne (53%); o segundo, pelos que comem proteína animal pelo menos de cinco vezes na semana (44%); o terceiro, pelos que comem apenas peixes e vegetais, também chamados de pescetarianos (menos de 2%); e o quarto, pelos vegetarianos e veganos (também menos de 2%).

Outros fatores que podem interferir no diagnóstico de câncer, como sexo, idade, consumo de álcool, cigarro e situação econômica, também foram levados em consideração.

“Comparados com pessoas que comem carne normalmente, descobrimos que o risco de desenvolver qualquer tipo de câncer foi 2% menor para quem consome pouca proteína animal, 10% menor para pescetarianos e 14% menor para os vegetarianos”, escrevem os pesquisadores em artigo publicado na plataforma de divulgação científica The Conversation.

Analisando especificamente os três tipos de câncer mais comuns no Reino Unido, os cientistas observaram que o grupo que come pouca carne teve 9% menos chance de desenvolver câncer colo retal do que os que comiam todos os dias — porém, os outros grupos não apresentaram diferenças estatisticamente significativas.

Pessoas vegetarianas tiveram 18% menos chance de câncer de mama após a menopausa do que as carnívoras, mas os pesquisadores explicam que isso pode ser explicado pelo peso corporal que era menor nos pacientes que não consomem carne.

Os pescetarianos e vegetarianos também tiveram 20% e 31% menos risco de desenvolver câncer de próstata, respectivamente.

Limites

O estudo foi observacional, ou seja, percebe a ligação entre os dois assuntos, mas não explica como a dieta impacta na possibilidade de desenvolver neoplasias. Os cientistas alertam que outros fatores externos além dos considerados pela pesquisa possam ter interferido nos resultados.

Eles também afirmam que há uma limitação nos resultados — 94% das pessoas analisadas é branca, e não é possível extrapolar os achados para outras etnias. “É importante que outras pesquisas estudem populações mais diversas, assim como uma quantidade maior de vegetarianos, pescetarianos e veganos para explicar se essa ligação entre o risco de câncer e a dieta é tão forte como observamos”, dizem os autores.

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