Dieta de 5 dias que imita jejum diminui idade biológica, diz estudo
Dieta de apenas cinco dias em um mês controla resistência à insulina, reduz gordura no fígado e sinais de envelhecimento
atualizado
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Uma dieta semelhante ao jejum, com duração de apenas cinco dias a cada mês, pode diminuir os sinais de envelhecimento do sistema imunológico, a resistência à insulina e a gordura no fígado. O resultado é uma idade biológica mais jovem para os praticantes, afirmam pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC).
“Este é o primeiro estudo a mostrar que uma intervenção baseada na alimentação, que não requer grandes mudanças na dieta ou no estilo de vida, pode tornar as pessoas biologicamente mais jovens, com base nas alterações nos fatores de risco para o envelhecimento e doenças”, afirma o pesquisador Valter Longo, da Escola de Gerontologia Leonard Davis da USC, em um comunicado. O estudo sobre o regime alimentar foi publicado nesta terça-feira (20/2), na revista Nature Communications.
Dieta que imita o jejum
A dieta que imita o jejum (fasting mimicking diet (FMD), em inglês) é um plano alimentar de apenas cinco dias por mês, com refeições ricas em gorduras insaturadas e pobres em calorias, proteínas e carboidratos.
Ela é desenhada para simular os resultados de um jejum com o consumo apenas de água, mas garantindo os nutrientes necessários ao organismo. A ideia é tornar a experiência da restrição calórica mais tolerável.
A dieta foi desenvolvida pelo biólogo Valter Longo e ganhou atenção em 2020, ao mostrar suas vantagens em estudos iniciais. Esses benefícios incluíam a regeneração de células-tronco, redução dos sinais de demência em ratos e dos efeitos colaterais do tratamento de quimioterapia, além de reduzir fatores de risco para câncer, diabetes, doenças cardíacas e outras condições relacionadas ao envelhecimento humano.
Estudo com humanos
A pesquisa analisou os efeitos da dieta em dois ensaios clínicos com a participação de adultos com idades entre 18 e 70 anos. Eles foram separados em grupos randomizados para comparação.
Em um deles, os participantes deveriam seguir a dieta que imita o jejum por cinco dias seguidos em um mês e depois manter uma dieta normal nos outros 25 dias, repetindo a estratégia por três a quatro meses.
Nos cinco dias, eles seguiram uma dieta composta por sopas à base de plantas, barras energéticas, bebidas energéticas, salgadinhos e chá, além de um suplemento de minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais.
Os pacientes dos grupos de controle foram instruídos a seguir uma alimentação normal ou baseada na dieta mediterrânea.
Ao analisar as amostras de sangue dos adultos, os pesquisadores observaram a redução de fatores de risco para a diabetes – incluindo menor resistência à insulina e melhores resultados nos exames de hemoglobina glicada (HbA1c), usado para diagnóstico e acompanhamento do diabetes.
Imagens de ressonância magnética mostraram a diminuição da gordura abdominal e da gordura no fígado, o que sugere um risco reduzido de síndrome metabólica.
Os resultados dos dois ensaios clínicos mostraram uma redução média 2,5 anos da idade biológica dos praticantes da dieta, independentemente da perda de peso.
Ao contrário da idade cronológica, que marca os anos de vida de uma pessoa, a biológica indica o bom funcionamento das células e dos tecidos do corpo.
“Este estudo mostrou pela primeira vez evidências de redução da idade biológica em dois ensaios clínicos diferentes, acompanhados por evidências de rejuvenescimento da função metabólica e imunológica”, conta Longo.
O pesquisador espera que os resultados do estudo encoraje médicos a indicarem a dieta que imita o jejum (FMD) para pacientes com fatores de risco para doenças crônicas.
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