Só 5 dias: como é a nova dieta que imita efeito do jejum e rejuvenesce
Estudo da Universidade da Califórnia mostra que a dieta que imita jejum reduz fatores de risco para diabetes e atrasa idade biológica
atualizado
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Já imaginou ter os benefícios que o jejum intermitente oferece para a saúde sem passar longos períodos sem se alimentar? Essa é a premissa da dieta que imita o jejum, também conhecida como fasting mimicking diet (FMD), em inglês.
Um estudo publicado nessa terça-feira (20/2) na revista Nature Communications mostra que seguir um cardápio com poucas calorias, rico em vegetais e pobre em proteínas e carboidratos, por apenas cinco dias do mês tem efeitos positivos tanto na função celular quanto na expectativa de vida.
A dieta que imita o jejum foi desenvolvida pelo biólogo Walter Longo, da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos, após anos de pesquisa. O cardápio foi pensado para simular os resultados de um jejum com o consumo apenas de água, mas sem perder a ingestão de nutrientes essenciais ao organismo. A ideia é tornar a experiência da restrição calórica mais tolerável.
Como fazer a dieta que imita o jejum?
Ao contrário do jejum intermitente – um padrão alimentar que alterna entre períodos de alimentação e jejum por semana –, a nova dieta deve ser feita por um período limitado.
Durante cinco dias seguidos, os praticantes fazem refeições ricas em gorduras insaturadas (obtidas principalmente em alimentos de origem vegetal e em alguns peixes) e pobres em calorias, proteínas e carboidratos. Nos 25 dias seguintes do mês, a alimentação volta ao normal.
No estudo de Longo, os voluntários consumiram sopas à base de vegetais, barrinhas e bebidas energéticas, salgadinhos saudáveis, chá e um suplemento com altos níveis de minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais nos cinco dias do experimento.
No primeiro dia, as refeições continham 1,1 mil calorias, sendo compostas por 46% de gordura, 11% de proteína e 43% de carboidratos. Entre o segundo e quinto dia, os pratos passaram a ter cerca de 715 calorias, com 44% de gordura, 9% de proteína e 47% de carboidratos. A estratégia foi repetida nos três meses seguintes.
“Sabe-se que a nutrição diária e, particularmente, os níveis e fontes de proteínas e carboidratos, desempenham um papel fundamental na aceleração do processo de envelhecimento e na mortalidade em roedores e possivelmente em humanos”, consideram os autores do estudo.
Benefícios
Exames de sangue mostraram que os adultos que seguiram a dieta tiveram uma redução de fatores de risco para a diabetes – com menor resistência à insulina e níveis mais baixos de açúcar no sangue.
Imagens de ressonância magnética mostraram a diminuição da gordura abdominal e da gordura no fígado, o que sugere um risco reduzido de síndrome metabólica.
Seguir a dieta que imita o jejum por três meses também diminuiu a idade biológica dos participantes em 2 anos e 6 meses, em média. Ou seja, elas tinham organismos mais saudáveis e jovens.
“Este estudo mostrou, pela primeira vez, evidências de redução da idade biológica em dois ensaios clínicos diferentes, acompanhados por indicadores de rejuvenescimento da função metabólica e imunológica”, conta Longo.
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