Diabetes tipo 2: pesquisa descobre marcadores da doença em crianças de 8 anos
Estudo acompanhou voluntários dos 8 aos 25 anos e percebeu alguns sinais de podem antecipar diagnóstico feito normalmente na fase adulta
atualizado
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Na maior parte dos casos, a diabetes tipo 2 é detectada na idade adulta, conforme os sintomas vão surgindo. Agora, um estudo da Universidade de Bristol, na Inglaterra, descobriu que os primeiros sinais da doença já podem ser vistos em crianças a partir dos oito anos de idade. O objetivo da pesquisa não foi prever quem desenvolveria a doença, mas aprender como ela começa.
Os pesquisadores analisaram 4 mil crianças com risco genético para diabetes, selecionadas de um banco de dados inglês. Todas eram saudáveis e não diagnosticadas com diabetes tipo 2 ou outras doenças crônicas. Os participantes foram acompanhados dos oito aos 25 anos.
Os resultados foram apresentados na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) deste ano em Barcelona e ainda não foram publicados.
Na pesquisa, os médicos analisaram a presença de 150 informações genéticas relacionadas ao risco de desenvolver a doença na idade adulta, além de examinarem o metabolismo de cada criança.
Eles descobriram que, quando crianças, os participantes apresentavam menores taxas de HDL, o colesterol “bom”, do que outras crianças sem risco para a doença. Ao mesmo tempo, as taxas de alguns aminoácidos inflamatórios aumentaram durante a adolescência, permanecendo mais elevadas do que a de jovens sem risco familiar para diabetes, o que seria outro sinalizador do problema futuro.
Com o passar dos anos, o nível de HDL dos participantes baixou ainda mais. Apesar disso, os pesquisadores afirmam que o trabalho não é suficiente para provar que os voluntários continuarão correndo o risco de desenvolver diabetes caso a taxa de colesterol bom continue baixa. De acordo com eles, os resultados podem servir para inspirar novas e melhores intervenções que impeçam que a doença se desenvolva.
A diabetes é uma doença crônica classificada como uma das maiores ameaças à saúde em 2019, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 12,5 milhões de pessoas têm a doença.
A diabetes tipo 2 é a mais comum, totalizando quase 90% dos casos. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta. (Com informações do Daily Mail)