metropoles.com

Diabetes e dengue: o que é preciso saber para evitar complicações

Pesquisa realizada em 2023 identificou que pessoas com diabetes correm duas vezes mais risco de desenvolver casos graves de dengue

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Stephanie Arcas/Metrópoles
Ilustração mostra um pâncreas destacado em cinza com uma mulher em um fundo azul cercada de doeces
1 de 1 Ilustração mostra um pâncreas destacado em cinza com uma mulher em um fundo azul cercada de doeces - Foto: Stephanie Arcas/Metrópoles

Pessoas com diabetes devem estar sempre atentas para evitar infecções: em geral, a doença metabólica aumenta o risco de complicações para a maioria dos problemas de saúde, especialmente quando o quadro não está controlado. No caso da dengue, não é diferente.

Um estudo publicado na Travel Medicine and Infectious Disease, em agosto de 2023, mostrou que o risco de hospitalizações de pessoas com diabetes diagnosticadas com dengue é de 63%. Pacientes sem diabetes têm, em média, 38% de risco de hospitalizações.

A pesquisa se valeu de informações dos históricos de saúde de 936 pacientes diagnosticados com dengue, sendo que 20% deles (184) eram diabéticos. Segundo a análise, as pessoas com diabetes eram, em sua maioria, idosas e tinham outras comorbidades, como sobrepeso e pressão alta, o que também pode ter contribuído para o elevado número de hospitalizações.

Cuidados necessários

No momento em que a dengue registra níveis epidêmicos – do início de janeiro até a tarde desta segunda-feira (26/2) foram registrados 920 mil casos prováveis da doença – é importante que as pessoas em grupos de risco foquem na prevenção.

O endocrinologista Flavio Cadegiani, que atende em Brasília, reforça a importância de manter a diabetes controlada. “Pacientes com quadros controlados tendem a ter muito menos complicações de dengue grave”, ressalta o especialista. “Se o paciente tem acesso também deve tomar a vacina o quanto antes”, completa.

O especialista recomenda que, caso o diabético descubra que está com dengue, redobre a frequência do monitoramento dos níveis de glicemia no sangue, pois o vírus interfere na compensação do açúcar. É preciso estar atento também aos remédios nabituais, para confirmar se eles devem ou não ser administrados no período da dengue. O uso de insulina e de remédios para controle do diabetes, porém, não deve ser interrompido.

14 imagens
A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas
A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo
Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal
A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais
Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta
1 de 14

A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada

Oscar Wong/ Getty Images
2 de 14

A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas

moodboard/ Getty Images
3 de 14

A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo

Peter Dazeley/ Getty Images
4 de 14

Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal

Peter Cade/ Getty Images
5 de 14

A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais

Maskot/ Getty Images
6 de 14

Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta

Artur Debat/ Getty Images
7 de 14

A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros

Chris Beavon/ Getty Images
8 de 14

Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento

Guido Mieth/ Getty Images
9 de 14

É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença

GSO Images/ Getty Images
10 de 14

Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco

Thanasis Zovoilis/ Getty Images
11 de 14

Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções

Peter Dazeley/ Getty Images
12 de 14

O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes)

Panyawat Boontanom / EyeEm/ Getty Images
13 de 14

Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle

Oscar Wong/ Getty Images
14 de 14

Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão

Image Source/ Getty Images

Como a diabetes piora a dengue?

Os quadros de dengue grave ocorrem quando a doença diminui as plaquetas e os hemócitos. Assim, os sangramentos do corpo não são contidos e os órgãos acabam tendo sua nutrição comprometida.

A diabetes também é uma doença que afeta a composição do sangue e as duas doenças acabam interagindo uma com a outra, gerando maiores complicações.

A dengue eleva a proporção do hormônio cortisol no corpo, estressando o organismo e estimulando a transformação de alimentos em glicose. Este açúcar circulando pelo organismo não é processado de maneira adequada em pessoas com diabetes, por conta da falta de insulina.

“Quando o paciente contrai dengue, ele pode ter hiperglicemia mesmo sendo uma pessoa sem diabetes. No caso do diabético, a glicose fica totalmente descontrolada”, explica o endocrinologista.

Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?