DF: saiba tudo sobre a vacinação contra gripe que começa hoje
Idosos podem ser imunizados dentro do carro e deverão obedecer calendário por ordem alfabética dos nomes. Veja lista
atualizado
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A 22ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza vai começar mais cedo em 2020. A partir desta segunda-feira (23/03), os grupos de risco (profissionais de saúde e pessoas com mais de 60 anos) deverão ir aos postos de saúde. A mobilização foi antecipada para prevenir, em período de pandemia do coronavírus, os mais vulneráveis de outras doenças com sintomas gripais.
A adesão da população à vacina pode diminuir o fluxo nos hospitais e garantir que os médicos consigam diagnosticar os casos de coronavírus com mais facilidade, visto que os sintomas são semelhantes. Até hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos suspeitos para o novo vírus foi descartada porque era, na verdade, influenza A ou B.
Por conta do isolamento social sugerido pelos especialistas e governantes, uma série de alterações no protocolo serão aplicadas em 2020. Entre as mudanças, está a implementação do drive-thru, no qual as pessoas poderão tomar a vacina sem sair do carro. Quem ficar em pé na fila, deve se manter a dois metros de distância da pessoa na frente.
Ficou instituído ainda um calendário dos grupos de risco. Serão três etapas definidas por datas, ordem alfabética, tudo com calendário organizado para evitar aglomerações. A campanha pretende alcançar 67,6 milhões de brasileiros. Até o momento, o Ministério da Saúde adquiriu 75 milhões de doses, que serão enviadas aos estados. O Dia D da campanha é 9 de maio.
Ao todo, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal calcula que 912 mil habitantes do DF devem ser vacinados. Destes, 203 mil são idosos, considerados grupo de risco para o novo coronavírus. A organização das aplicações ficará a cargo das sete regiões de saúde espalhadas pela capital federal. São 128 salas preparadas para receber o grupo em todo o DF. Cerca de 100 mil doses já foram distribuídas.
A vacina não tem efetividade contra o coronavírus, mas protege de vários outros vírus que provocam gripes. Estão inclusos vírus inativados de Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2). Em 2020, até 14 de março, 165 pessoas foram diagnosticadas com H1N1 e 13 morreram em consequência da doença. Em 2019, foram registrados 5.800 casos e 1.122 óbitos pelos três tipos de Influenza.
Toda a mudança e série de critérios para não agravar a crise sofrida no DF pela Covid-19, no entanto, provocaram dúvidas. O Metrópoles conversou com o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Ricardo Tavares Mendes, e fez o tira-dúvidas para facilitar o dia de vacinação no DF. Confira:
Entrevista com o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Ricardo Tavares Mendes:
Qual público que deve se vacinar nesse primeiro momento? Por quê?
Dividimos a campanha em três fases para evitar aglomerações. Na primeira, que começa nesta segunda-feira (23/03), é a vez dos idosos de 60 anos ou mais e dos trabalhadores da área de saúde. Eles poderão se vacinar até o último dia de campanha, em 22 de maio.
Na segunda fase, entram os professores de escolas públicas e privadas, os profissionais das forças de segurança e de salvamento (Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros) e portadores de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão. Essa vai de 16 de abril até 22 de maio.
Na terceira fase, entram as crianças de 6 meses até 6 anos, as gestantes, as puérperas (mulheres que tiveram filhos, até 45 dias depois do parto), povos indígenas, os adolescentes de 12 a 21 anos que estão sob medidas socioeducativas, a população carcerária, os funcionários do sistema prisional, os adultos de 55 a 59 anos de idade e as pessoas com deficiência. Essa fase vai de 9 de maio até 22 de maio.
A vacina contra Influenza protege contra o coronavírus?
Não. A vacina contra influenza protege contra três cepas de Influenza, atualizadas para as necessidades de 2020, pois os vírus são mutantes. Por isso, a campanha é anual. A intenção é proteger contra o vírus da Influenza, contra infecções gripais. É para evitar o H1N1, que tem quadro parecido e ajudar no diagnóstico diferencial do coronavírus.
Como funcionará o “drive-thru” da vacina?
As pessoas que tiverem possibilidade de ir de carro a alguma sala de vacinação poderão ser vacinadas dentro do veículo. O idoso deve ir no banco do passageiro para facilitar. Equipes volantes trabalharão, nas sete regiões de saúde, para fazer esse atendimento. É uma estratégia para evitar aglomerações. Além disso, peço que as pessoas nas filas respeitem a distância de dois metros. É o equivalente a dois passos grandes.
Todos os postos do DF terão a vacina? Quais estarão abertos?
Não. Serão 128 postos (veja a lista completa). Recebemos 100 mil doses do Ministério da Saúde para essa fase inicial. Nosso público-alvo é de 912 mil pessoas. Se atingirmos e sobrar vacinas, vamos abrir para as pessoas de outras faixas etárias. Mas isso só se sobrar e depois do fim da campanha, em 22 de maio.
Como vai funcionar a ordem alfabética?
Por calendário. Nessa primeira semana, a vacinação será exclusiva para os idosos distribuídos por ordem alfabética nas datas de 23 a 27 de março, levando em conta o primeiro nome do Registro Civil (CNH, RG, Certidão de Nascimento, etc.) da seguinte forma:
– 23/03 — Idosos cujo nome comece com as letras A, B, C, D e E
– 24/03 — Idosos cujo nome comece com as letras F, G, H, I e J
– 25/03 — Idosos cujo nome comece com as letras K, L, M, N e O
– 26/03 — Idosos cujo nome comece com as letras P, Q, R, S, e T
– 27/03 — Idosos cujo nome comece com as letras U, V, W, X, Y e Z
Tem a vacina na rede particular?
Tem, sim. A vacina da Infuenza está disponibilizada em alguns laboratórios.
Como será a organização de carros?
Em cada região, temos sete regiões de saúde, em cada uma haverá um suporte de três equipes volantes da Subsecretaria de Vigilância Epidemiológica.
Pessoas de outras idades podem tomar a vacina?
Neste primeiro momento, não. Apenas se sobrar doses após o término do período da campanha, em 22 de maio.
Por que a campanha de vacinação foi antecipada?
A antecipação foi em função da pandemia de coronavírus. É preciso deixar claro que ela não previne contra o coronavírus, é para prevenção da Influenza. Porém, podemos proteger a população para que não se contamine por outras síndromes gripais.
Há muitos relatos de reação como gripe, febre, mal-estar após a vacina. Essas reações são mesmo decorrentes da vacina? O que as pessoas podem sentir?
A vacina só é contraindicada para quem teve reações alérgicas comprovadas em campanhas anteriores ou alergia comprovada relacionada ao ovo de galinha e seus derivados. Ela tem um perfil de segurança excelente. Algumas pessoas podem apresentar efeitos adversos: o mais comum é dor no local da injeção. Em um público menor que 10% pode surgir manifestações como febre, mal-estar e dor no corpo. Essas reações começam entre 6 e 12 horas após a vacina e duram dois dias, no máximo.