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Imagens mostram detalhes inéditos de um milímetro do cérebro humano

Pesquisadores da Universidade de Harvard, em parceria com o Google, mapearam amostra do cérebro e visualizaram quase todas as células

atualizado

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Google Research & Lichtman Lab (Harvard University). Renderings by D. Berger (Harvard University)
Ilustração em 3D mostra várias células coloridas - Metrópoles
1 de 1 Ilustração em 3D mostra várias células coloridas - Metrópoles - Foto: Google Research & Lichtman Lab (Harvard University). Renderings by D. Berger (Harvard University)

Em parceria com o Google Research, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiram mapear um milimetro cúbico de tecido cerebral de um paciente com epilepsia. Apesar de o tamanho parecer minúsculo, é mais complexo do que se imagina: são 57 mil células, 230 milímetros de vasos sanguíneos e 150 milhões de sinapses, que foram agrupados em 1,4 mil terabytes de dados.

O grupo demorou uma década para concluir o trabalho, e os resultados são considerados a maior e mais detalhada reprodução do cérebro feita na história. O estudo foi publicado nesta sexta (10/5), na revista Science.

A amostra foi colhida durante uma cirurgia e, posteriormente, os cientistas fixaram, coraram com metais pesados para acentuar todos os detalhes, a cobriram com resina e seccionaram em 5.019 fatias de 33,9 nanômetros de espessura.

Os pesquisadores usaram microscopia eletrônica de alto rendimento para analisar as amostras, e um algoritimo gerou a reconstrução 3D de quase todas as células e processos que estavam presentes.

Ilustração de um neurônio no cérebro - Metrópoles
Imagem do cérebro mostra um neurônio (branco) e todos os axônios de outros neurônios (verde) que se conectam a ele

Entendendo o cérebro

Entre as novidades observadas pelos cientistas estão a quantidade de glias (células não neuronais), que são muito masi abundantes do que os neurônios. As mais comuns eram os oligodendrócitos, que revestem o corpo dos neurônios com a bainha de mielina.

Não se sabe se a amostra representa o cérebro da maioria da população, uma vez que o paciente tinha epilepsia. Ainda assim, os resultados mostram que ainda há muito a aprender sobre o cérebro. O conhecimento é essencial para tratar lesões, doenças mentais e outros distúrbios cerebrais.

Os pesquisadores querem criar uma reprodução de um cérebro inteiro, mas, por enquanto, o próximo passo do estudo é recriar o órgão de um camundongo. Eles querem entender melhor como se forma o hipocampo, a parte do cérebro relacionada com o aprendizado e memória.

“Existe um nível de compreensão sobre os cérebros que atualmente não existe. Sabemos sobre as manifestações externas do comportamento. Sabemos sobre algumas das moléculas que são perturbadas. Mas entre os diagramas elétricos, até agora, não havia como para vê-los. Agora, há uma maneira”, afirma neurocientista Jeff Lichtman, principal autor do estudo.

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