Descubra o que acontece com seu corpo em 48 horas sem cigarro
No dia mundial sem tabaco, especialistas afirmam que, mesmo com pouco tempo, é possível perceber mudanças no corpo de quem para de fumar
atualizado
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Não importa se você fuma cigarro, narguilé, charuto, cigarro eletrônico ou cachimbo: todos os produtos são feitos com tabaco e, por isso, levam nicotina para dentro do corpo. A substância, responsável pela dependência, dá a sensação de prazer ao fumar. Assim que ela é eliminada, cerca de duas horas após a inalação, os neurônios percebem a ausência e dão início a uma série de sintomas de ansiedade e irritabilidade enquanto o corpo não recebe uma nova carga.
O fumante tem risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e derrame, além de grande probabilidade de ter câncer, principalmente o de pulmão: 90% dos pacientes com a neoplasia fumam. “Parar de fumar não reverte os danos já causados pelo cigarro, mas diminui os riscos de outras doenças. Algumas lesões são definitivas e parar de fumar não é o suficiente para fazê-las desaparecer”, diz o pneumologista Sergio Pontes, da Aliança Instituto de Oncologia.
Segundo ele, nos 20 primeiros minutos após o primeiro cigarro é possível perceber uma regularização da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos. “A nicotina causa uma vasoconstrição e influencia todo o mecanismo circulatório”, explica o médico.
Duas horas depois, a nicotina desaparece do corpo e o fumante sente vontade de repetir a dose. “Ele sente os sintomas da abstinência: desconforto, irritabilidade, ansiedade, aumento da fome, agitação e pode até provocar insônia”, afirma. Esses sinais tendem a desaparecer de 30 a 90 dias após o último cigarro — o prazo depende de cada pessoa. Pacientes com algum transtorno psiquiátrico, por exemplo, tendem a demorar mais.
Se o fumante resiste à falta da nicotina, 48 horas depois percebe diferenças significativas no olfato e no paladar e volta a sentir cheiros e gostos. Três semanas depois, demonstra melhor condicionamento respiratório e consegue fazer algumas coisas que não conseguia quando fumava. “Depois de 10 a 20 anos, a capacidade pulmonar volta a ser praticamente igual à de um paciente que nunca fumou”, incentiva Pontes.