Descongestionante nasal comum no Brasil é considerado ineficaz nos EUA
Agência regulatória dos Estados Unidos aponta ineficácia de fenilefrina, ingrediente presente em descongestionantes nasais populares
atualizado
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A fenilefrina, ingrediente que compõe muitos descongestionantes nasais vendidos no Brasil e nos Estados Unidos, foi considerada ineficaz por um painel de conselheiros do Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória de medicamentos dos EUA.
A reunião realizada na última segunda-feira (11/9) constatou que o fármaco presente em medicamentos populares, como Benegrip, Resfenol, Cimegripe, Naldecon e Decongex, não funciona como descongestionante nasal.
Diante do resultado, o FDA agora precisa definir se o ingrediente será retirado do mercado, mas, segundo o jornal The New York Times, a decisão pode demorar alguns meses para ser anunciada.
Apesar de ineficaz, o conselho pondera que fenilefrina é segura e não oferece riscos à saúde quando consumida de acordo com as orientações médicas.
Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que até o momento não existem elementos técnicos que indiquem uma conclusão sobre as informações do FDA.
“A maioria dos medicamentos com o fármaco fenilefrina são classificados como isentos de prescrição médica e possuem perfil de segurança bem estabelecido. Contudo, todas as informações emitidas por autoridades de referência são importantes e são pontos de alerta para decisões e avaliações regulatórias da agência”, diz a nota.
Os remédios com fenilefrina no Brasil são registrados na forma associada com fármacos que têm indicação de analgésico e alguns com anti-histamínico, ou seja, não há medicamentos no mercado brasileiro com apenas a fenilefrina e a indicação de uso oral, segundo a Anvisa.
O conselho do FDA debateu apenas a eficácia da substância em vias orais e não discutiu a ação terapêutica do fármaco em forma de spray, que é aplicado diretamente no nariz.
Controvérsia
A Associação de Produtos de Cuidados com a Saúde do Consumidor (CHPA) dos EUA defende a fenilefrina, afirmando que é segura e eficaz, e é contra sua remoção da lista de medicamentos sem prescrição – eles alertam que isso pode levar os consumidores a procurar ajuda médica, aumentando a demanda por consultas e piorando os resultados clínicos.
Apesar da controvérsia nos EUA, não há indicações de que a fenilefrina será banida no Brasil. A substância não parece ser prejudicial quando usada conforme as orientações e geralmente é combinada com outros princípios ativos.
Além dos descongestionantes, instituições de saúde recomendam medidas não farmacológicas, como repouso, hidratação e lavagem nasal com solução salina, especialmente em climas frios e secos. Essas medidas podem ajudar a aliviar a congestão nasal e melhorar o conforto respiratório.
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