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Ciência descobre a parte exata do cérebro por trás da curiosidade

A curiosidade é uma qualidade intrínseca ao ser humano e desempenha um papel fundamental em várias áreas da vida

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Objeto em formato de cérebro sob prato de comida azul - Metrópoles
1 de 1 Objeto em formato de cérebro sob prato de comida azul - Metrópoles - Foto: Pexels

Ser curioso é uma parte essencial do ser humano, nos levando a aprender e nos adaptar a novos ambientes. Pela primeira vez, cientistas identificaram o ponto no cérebro onde a curiosidade surge. A pesquisa foi publicada no Journal of Neuroscience em 5 de julho.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, que usaram exames de ressonância magnética funcional (fMRI) para medir os níveis de oxigênio em diferentes partes do cérebro, indicando o quão ocupada cada região está em um determinado momento.

De acordo com os cientistas, saber onde a curiosidade se origina pode ajudar a entender mais sobre como os seres humanos funcionam e potencialmente levar a terapias para condições em que a mesma está ausente, como a depressão crônica.

“Esta é realmente a primeira vez que podemos vincular o sentimento subjetivo de curiosidade sobre informações à maneira como seu cérebro representa essas informações”, diz a neurocientista Jacqueline Gottlieb, uma das autoras do estudo, em comunicado.

Testando a curiosidade

Durante os experimentos conduzidos pelos pesquisadores, 32 participantes foram expostos a imagens chamadas “tex formas”. Estas imagens consistiam em objetos e animais familiares, como chapéus ou sapos, mas com distorções de diversos graus, tornando-os menos reconhecíveis.

Os participantes foram então solicitados a avaliar duas coisas para cada imagem: quão confiantes eles estavam na identificação do objeto ou animal na imagem, e quão curiosos estavam sobre a identificação correta do objeto ou animal na imagem.

Enquanto os voluntários realizavam essas avaliações, seus cérebros foram monitorados através de exames de ressonância magnética. Os cientistas então cruzaram as classificações de confiança e curiosidade deles com os dados de atividade cerebral.

A partir disso, eles identificaram atividade cerebral significativa em três áreas específicas:

  • Córtex occipitotemporal: responsável pela visão e pelo reconhecimento de objetos;
  • Córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC): encarregado de gerenciar percepções de valor e confiança;
  • Córtex cingulado anterior: importante para a coleta de informações e a tomada de decisões.

O córtex pré-frontal ventromedial parece agir como uma espécie de “ponte neurológica”. Ele conecta os níveis de certeza registrados pelo córtex occipitotemporal com os sentimentos subjetivos de curiosidade.

Quanto menos confiantes os participantes estavam sobre o assunto da imagem, mais curiosos eles estavam sobre ela.

“Esses resultados esclarecem como a entrada perceptiva é transformada por representações neurais sucessivas para, em última análise, evocar um sentimento de curiosidade”, escrevem os pesquisadores no artigo.

Outros tipos de curiosidade

Os investigadores também querem explorar como essas descobertas podem ser aplicadas a outros tipos de curiosidade, além da visual (identificação de imagens). Eles querem entender se os mesmos mecanismos cerebrais envolvidos também se aplicam a:

  1. Curiosidade sobre trivialidades e fatos: que envolve o desejo de saber informações específicas ou detalhes sobre assuntos variados, como fatos históricas, científicas ou culturais;
  2. Curiosidade social: que se refere ao interesse em saber sobre as atividades, pensamentos e sentimentos de outras pessoas.

Segundo a autora, o que torna a pesquisa tão interessante é que a curiosidade é uma parte fundamental do ser humano, e chave para nossa sobrevivência como espécie. Sem ela, não somos tão bons em aprender e absorver novas informações.

“A curiosidade tem origens biológicas profundas. O que distingue a curiosidade humana é que ela nos leva a explorar muito mais amplamente do que outros animais, e muitas vezes apenas porque queremos descobrir coisas, não porque estamos buscando uma recompensa material ou benefício de sobrevivência”, finaliza Gottlieb.

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