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Doença obriga mulher a levar injeções no olho para manter a visão

Nadine Bezzegh, 62 anos, estima ter recebido mais de 100 injeções nos olhos para preservar a visão após diagnóstico de degeneração macular

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1 de 1 Mulher segura planta em varanda de apartamento - Metrópoles - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença muito comum e, caso não seja tratada, pode levar à perda da visão. O paciente não consegue enxergar detalhes, e linhas retas passam a ser percebidas como ondas, afetando a percepção espacial e prejudicando a autonomia do indivíduo.

A farmacêutica Nadine Judith Bezzegh, de 62 anos, foi diagnosticada com DMRI há seis anos e, desde então, recebe injeções intraoculares a cada 15 dias – uma em cada olho. Ela estima que já tenha passado por mais de 100 aplicações nos olhos.

“É um tratamento bem difícil e penoso. Sempre é estressante imaginar que você vai deitar na maca, colocar um ferrinho para imobilizar o olho e receber uma agulhada”, conta Nadine, que buscou o diagnóstico após perceber a visão embaçada durante uma viagem.

A doença acomete a mácula, uma pequena região localizada no centro da retina, e é a principal causa de perda de visão em pessoas com mais de 65 anos. Apesar de as circunstâncias da DMRI não estarem totalmente esclarecidas, sabe-se que os fatores de risco são idade avançada, predisposição genética, exposição à luz, obesidade e tabagismo.

A DMRI provoca a oxidação das células da mácula, que secam e se atrofiam ou acabam danificadas por pequenas hemorragias. “A doença pode ocorrer das duas formas e ambas levam à cegueira caso não haja controle”, explica o oftalmologista Caio Regatieri, professor do departamento de oftalmologia da Escola Paulista de Medicina e diretor científico do grupo Opty.

Embora o tratamento seja doloroso, ele é necessário para que a capacidade de enxergar seja mantida. Nadine sempre foi uma mulher independente, mas a DMRI tirou dela a possibilidade de dirigir e antecipou a aposentadoria.

Mulher abraçada com duas crianças - Metrópoles
Nadine descobriu o problema de visão há seis anos

“Atrapalhou muito no meu trabalho. A cada sessão para aplicar o remédio, eu precisava tirar uma licença de quatro a cinco dias para me recuperar. Ficava sem trabalhar metade do mês, prejudicando a equipe”, relata.

Apesar de seguir o protocolo de tratamento, ela conta que a visão foi piorando aos poucos, com grande impacto no dia a dia. “É difícil trabalhar se você não enxerga, não consegue ler, usar o computador. Acabei pedindo aposentadoria por invalidez. Vendi o meu carro e parei de dirigir”, desabafa.

Além da manutenção de hábitos saudáveis, é importante realizar exames periódicos no oftalmologista para prevenir a DMRI.

Nova opção de tratamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em julho o uso de um novo medicamento para o tratamento da DMRI e da deficiência visual devido ao edema macular diabético (EMD), condição provocada pela diabete descontrolada. Uma das vantagens da nova medicação em relação aos tratamentos anteriores é permitir um intervalo de até quatro meses entre as aplicações.

O Vabysmo (faricimabe) inibe duas moléculas – a angiopoietina-2 (Ang-2) e o fator de crescimento endotelial vascular A (VEGF-A) –, reduzindo a inflamação nos olhos e a permeabilidade vascular. A medicação evita a progressão da doença, tornando o tratamento mais efetivo.

O fármaco deve chegar ao Brasil em breve e é aguardado como a possibilidade de um tratamento de mais fácil adesão. “Os pacientes de DMRI costumam ser idosos e, geralmente, dependem de outras pessoas para ir até o consultório fazer o controle, isso os leva a perder a aderência do tratamento. A novidade pode permitir um maior controle da doença”, aponta o oftalmologista Caio Regatieri.

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