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Desafio de Ano-Novo: psiquiatra dá dicas para parar de fumar em 2023

Que tal acabar com um vício extremamente nocivo em 2023? O especialista Patrick Bigaouette explica os males do cigarro e como largá-lo

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Foto de uma mão à esquerda e outra à direita segurando um cigarro
1 de 1 Foto de uma mão à esquerda e outra à direita segurando um cigarro - Foto: Reprodução/ iStock

O tabagismo é, inegavelmente, um grande vilão da boa saúde. O hábito está associado ao risco de desenvolver várias doenças, como o câncer, por exemplo, e, por isso, parar com o cigarro é uma das primeiras resoluções a entrar na lista de ano novo.

De acordo com o psiquiatra Patrick Bigaouette, quando se enxerga o quão nocivo o tabagismo é, é quando se está pronto para parar. Porém, ele frisa que a decisão deve partir do próprio fumante: trata-se de um compromisso consigo mesmo.

Para auxiliar no desafio, o psiquiatra lista as seguintes dicas:

  • Conte à família, amigos e pessoas próximas que farão parte do seu sistema de apoio sobre a decisão;
  • Escolha uma data para colocar o plano em prática;
  • Você pode tentar encontrar alguém para parar de fumar com você, ingressar em uma rede social ou grupo de apoio on-line, ou buscar terapia para ajudar a lidar com tudo o que faz você ter vontade de fumar, com a abstinência e os desafios emocionais da mudança de hábito;
  • Saiba o que lhe faz ter vontade de fumar: talvez seja dirigir, praticar alguma atividade específica ou o estresse. Pense em como você vai administrar essas situações ou se as evitará completamente;
  • Pense em todas as possibilidades para administrar os desejos e lidar com os sintomas de abstinência;
  • Tenha lanches saudáveis ao seu alcance e medite, faça uma caminhada ou envie uma mensagem para uma pessoa do seu sistema de apoio quando estiver com vontade de fumar;
  • Considere recursos como terapia de substituição de nicotina, adesivos, chiclete, pastilhas, um inalador ou medicamentos que contenham bupropiona e vareniclina;
  • Lide com falta de motivação.

Em casos de recaída, Bigaouette diz que as pessoas tendem a pensar no pior, que estragaram tudo e que fracassaram. Mas ele alerta para a ansiedade que se martirizar causa, e aconselha o indivíduo que tenta parar de fumar a ser gentil consigo mesmo.

O médico afirma que menos de um em cada dez adultos para de fumar a cada ano. Muitos precisam tentar várias vezes até conseguir largar o vício de vez, mas 60% das pessoas que tentam parar têm sucesso.

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

Leonardo De La Cuesta/Getty Images
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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Uma pesquisa da biofarmacêutica AstraZeneca aponta que a média de brasileiros que consomem mais de 11 cigarros por dia (mais que metade de um maço) é de 39%. Bigaouette explica que é difícil parar porque a nicotina simula a ideia de recompensa no cérebro, processo que libera dopamina e causa uma boa sensação no indivíduo.

Por isso, explica o médico, o corpo passa a desejar a sensação causada pela nicotina e começa a sentir que ela é normal. Quando o organismo não tem acesso à substância, ele entra em abstinência.

Bigaouette sugere que o tabagista que pensa em parar de fumar deve, por exemplo, calcular os custos do vício. “Um maço de cigarro custa aproximadamente cinco reais. Uma unidade por dia equivale a 150 reais por mês”, avalia.

Ele adverte também para:

  • Risco de novas doenças. O câncer, por exemplo, é uma das condições ligadas ao tabagismo, assim como problemas cardiovasculares e complicações pulmonares crônicas. Além de diminuir a expectativa de vida, o fumante pode prejudicar a saúde das pessoas que inalam a fumaça por acaso;
  • Tempo perdido. O hábito de fumar pode te afastar do trabalho, da família e dos amigos;
  • Uso de cigarros eletrônicos. Com riscos de saúde ainda incertos devido à novidade da tecnologia, os vapers têm custos físicos e financeiros parecidos aos dos cigarros tradicionais. Eles não são permitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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