Mulher perde 90% da visão por mau uso de lente de contato
Dentista de BH teve de passar por transplante de córnea após perder parte da visão. Problema foi adquirido devido ao mau uso de lentes
atualizado
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A dentista Nicole Géo, de Belo Horizonte (MG), adquiriu um parasita que a fez perder 90% da visão do olho esquerdo. Na tentativa de se recuperar, ela passou por mais de 20 cirurgias, incluindo transplantes. Atualmente, com apenas 10% da visão, a moça alerta sobre o uso correto de lentes de contato.
A história da dentista mineira está viralizando por meio do TikTok. “Recebi diversos tratamentos, incluindo remédios para dor e colírios, mas cada dia tinha novos problemas e acabei perdendo totalmente a visão em um dos olhos”, afirmou em de seus vídeos.
Nicole conta que se descuidou no uso das lentes de contato e foi surpreendida pela velocidade de progressão do quadro. “Eu não tinha o devido cuidado, acabei dormindo com a lente, lavava ela de modo errado. Hoje em dia pago um preço caro por isso. Quinze dias depois do início dos sintomas, já estava com o olho totalmente vermelho e passei a tomar morfina para lidar com a dor”, relatou.
O protozoário na lente de contato
A bactéria que atingiu o olho da dentista é a Acanthamoeba. De acordo com o oftalmologista Gustavo Serra, do Visão Hospital de Olhos, de Brasília, este protozoário vive em água doce e se multiplica em recipientes de conservação das lentes mal higienizados.
“É fundamental armazenar as lentes em líquidos próprios para isso, nem mesmo a água do filtro é indicada. Além disso, não podemos nadar usando as lentes de contato, especialmente em lagos, rios, mas também em piscinas”, explica.
A oftalmologista Fabíola Marazato, do CBV-Hospital de Olhos, também de Brasília, completa que não basta manter a lente no soro fisiológico: “A gente precisa higienizar a lente com produtos que são próprios para matar parasitas e fungos deste tipo e fazer o descarte na data indicada. O prazo de uso da lente deve ser respeitado: ele evitar que a lente fissure e gere ambientes propícios para o desenvolvimento destes patógenos”, resume.
Os oftalmologistas recomendam que qualquer paciente que tenha uma vermelhidão nos olhos fora do comum, dores na região e fotofobia (aversão a ambientes muito iluminados) procure orientação médica imediata.
Um longo tratamento
O protozoário se multiplicou nos olhos dela e começou a destruir a córnea, camada transparente dos olhos que permite a visão.
Os olhos de Nicole de descoloriram e ela teve de passar por mais de 20 procedimentos, sendo dois deles transplantes de córnea. Apenas no segundo, realizado no início deste ano, ela obteve resultados satisfatórios.
“Hoje eu venci e voltei a enxergar um pouco, mas foi uma jornada de muita dor. Hoje até o colorido do meu olho é artificial, já que a íris havia ficado esbranquiçada”, contoi ela nas redes sociais.
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