1 de 1 Foto ilustrativa de um homem segurando um estetoscópio Mais Médicos - Metrópoles
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A dengue é uma doença de baixa letalidade, mas qualquer pessoa pode desenvolver um quadro grave da doença. Pacientes que possuem doenças cardíacas correm maior risco de complicações e, caso tenham um diagnóstico de dengue, devem manejar a infecção com auxílio médico.
A dengue, assim como outras doenças virais, pode trazer impactos para pulmões, cérebro e coração. De acordo com o cardiologista Fernando Assakawa, que trabalha no Hospital do Coração, em São Paulo, na atual epidemia, já foi possível observar um aumento no índice de internações devido a problemas como infarto agudo do miocárdio, miocardite e tromboembolismo.
“O coração é o órgão responsável por bombear o sangue para todo o corpo. Quando o vírus está dentro do organismo, ele pode causar vários danos e inflamação em diversos órgãos. Um deles é o coração, sendo a inflamação do músculo cardíaco uma das possíveis complicações da dengue”, aponta Assakawa.
O médico explica que, ao enfrentar um vírus como o da dengue, o corpo do paciente exige mais da função cardíaca, seja por conta da febre ou da desidratação. Pessoas que já têm problemas no coração podem apresentar uma maior dificuldade de adaptação neste cenário.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Anticoagulantes e antiagregantes
O cardiologista Rafael Côrtes, do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, aconselha que, ao se deparar com um diagnóstico de dengue, o paciente cardíaco busque orientação com o especialista para o manejo da doença.
“Pacientes cardíacos devem ter sua evolução acompanhada por especialista, pois é necessário decidir sobre a continuidade dos remédios habituais e monitorar atentamente o funcionamento do coração, pulmões e rins”, explica Côrtes, que trabalha no Hospital Santa Lúcia, de Brasília.
Uma decisão que precisa de orientação médica diz respeito aos anticoagulantes e antiagregantes – remédios que são habituais em tratamentos cardíacos. Essas medicações inibem a coagulação sanguínea, o que é fundamental para evitar a formação de trombos nos pacientes, mas podem levar a complicações em caso de dengue, pois seus efeitos quando associados a plaquetas baixas, favorecem hemorragias.
Ao final do ciclo da dengue, os pacientes com problemas cardíacos devem realizar um check-up.
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