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Está com dengue? Saiba se é necessário fazer isolamento social

Quando o mosquito pica alguém infectado, as próximas vítimas do inseto podem pegar o vírus. Evitar contato pode diminuir epidemia?

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Imagem mostra mosquito aedes aegypti, que transmite várias doenças, como a dengue, em uma superfície marrom - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra mosquito aedes aegypti, que transmite várias doenças, como a dengue, em uma superfície marrom - Metrópoles - Foto: GettyImages

O Brasil vive um aumento vertiginoso de casos de dengue. Nas cinco primeiras semanas deste ano, o país registou 364 mil pacientes com suspeita da infecção, mais que o dobro do mesmo período de 2023.

Da última vez que passamos por uma epidemia que acontecia simultaneamente em vários estados, era 2020 e o começo da Covid-19. Naquela época, antes das vacinas, a principal maneira de se proteger de contaminação e evitar passar o vírus para outras pessoas era por meio do isolamento. Até, hoje, quem está com o coronavírus deve ficar em casa até a doença passar.

Mas será que, apesar de serem doenças muito diferentes, o mesmo deve ser feito para lidar com o aumento de casos de dengue?

Isolamento ajuda a evitar a dengue?

“Quando falamos de isolamento social pensamos nas doenças respiratórias, como a Covid-19, onde o uso dessa estratégia de combate é comprovado. A dengue, porém, depende diretamente do mosquito e combatê-lo é a forma mais fácil de conter a transmissão”, explica o infectologista José David Urbaez, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

A fêmea do inseto precisa picar alguém infectado e, a partir daí, passa a doença às outras pessoas. Porém, o vírus não é disseminado imediatamente. Ele passa por um período de incubação que varia de uma semana até 10 dias dentro do corpo do Aedes aegypti até poder ser transmitido através das glândulas salivares do mosquito.

“De fato, uma pessoa quando está na fase febril, no início da doença, tem muito vírus no sangue — é o que a gente chama de fase virêmica. É nesse momento que a fêmea do inseto, se picar esse indivíduo, se infecta e pode passar a transmitir a dengue”, explica a virologista Cláudia Lamarca, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Ainda assim, a ideia de isolar pessoas que estão doentes para diminuir a circulação do vírus não é adotada como política pública ampla, segundo especialistas.

Para a professora, evitar sair de casa não é a melhor estratégia. Ela explica que até hoje não foram feitos testes científicos robustos para definir como uma pessoa contaminada com o vírus da dengue pode evitar a disseminação da doença, mas quem tem o diagnóstico deve evitar ser picado por mosquitos.

“O uso de repelentes é uma forma interessante de prevenção para quem já está doente evitar a transmissão. Caso a pessoa esteja acamada, o ideal é estar com um mosquiteiro. Esses passos são muito mais eficientes do que simplesmente se isolar”, afirma.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

Guido Mieth/ Getty Images
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Combate ao mosquito deve ser prioridade

Para combater o aumento nos casos de dengue, a vigilância epidemiológica aposta em interromper o ciclo do Aedes aegypti, barrando a proliferação dos mosquitos. A principal ação é eliminar locais com água parada, e 75% dos criadouros de mosquitos em zonas urbanas estão dentro das residências.

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