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Dengue: veja o que fazer para melhorar mais rápido

Repouso, hidratação adequada e alimentação anti-inflamatória ajudam no processo de recuperação da dengue

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Além de lotar hospitais e desafiar as autoridades públicas, a epidemia de dengue registrada neste 2024 transformou a doença em preocupação cotidiana. Segundo o painel de arboviroses do Ministério da Saúde, já foram anotados 3,8 milhões de casos até esta quarta-feira (24/4).

O infectologista Werciley Júnior, que atende em Brasília, explica que a dengue não é uma doença resolvida com medicações, os remédios que existem apenas amenizam os sintomas. Uma vez infectada a pessoa precisa deixar o sistema defesa agir contra o vírus, por isso descanso, alimentação e hidratação são tão importantes.

“A nutrição ajuda muito. Se você consome alimentos anti-inflamatórios e está hidratado, consequentemente diminui o estresse oxidativo causado pelas infecções”, afirma o infectologista, que trabalha no Grupo Santa.

De acordo com infectologista Leonardo Weissmann, professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), seguir as orientações médicas é fundamental para uma recuperação mais eficaz da dengue. “Hidratação e descanso apoiam o sistema imunológico e ajudam a prevenir complicações graves. Embora o curso da dengue possa variar entre os indivíduos, aderir rigorosamente a essas recomendações resulta em uma recuperação mais tranquila e rápida”, explica.

Quais são as fases da dengue e como a doença evolui?

Entre os primeiros sintomas e a recuperação, o paciente com dengue pode ficar entre 5 e 14 dias com a doença. De maneira geral, a pessoa infectada pelo Aedes aegypti  vai desenvolver os sintomas de 4 a 10 dias após a picada do mosquito.

A dengue se desenrola em três fases: fase inicial ou febril, fase crítica ou inflamatória e recuperação.

Fase inicial ou febril: os primeiros sintomas da dengue são semelhantes aos de uma gripe, com febre elevada, dores de cabeça e na região dos olhos, além de dores musculares e nas articulações.

Fase crítica ou inflamatória: a segunda fase é chamada de fase crítica ou inflamatória, ocorre entre o quinto e o sétimo dia após o início dos sintomas. Nessa fase, o paciente e seus familiares devem estar bastante atentos a sinais como dor abdominal, vômitos, tonturas e desmaios, além de sangramentos no corpo.

“Se esses sintomas aparecerem – dor abdominal, tontura, desmaios e sangramentos – , o paciente deve se dirigir ao hospital imediatamente. Eles indicam quadro grave e demandam assistência por equipe especializada”, afirma Werciley Júnior.

Se a doença estiver evoluindo sem complicações, os sintomas da segunda fase serão sonolência e/ou irritabilidade, diminuição do volume de urina, diminuição repentina da temperatura do corpo e desconforto respiratório.

Fase final: os sintomas diminuem de intensidade e o paciente reestabelece o ânimo. O mais comum é que a pessoa esteja curada sete dias após os primeiros sintomas.

O que fazer para se recuperar mais rápido

  1. Repouso: o corpo necessita de energia para se recuperar e o repouso funciona como uma maneira de direcionar a energia para combater o vírus. “Quando a gente fala de repouso não significa ficar só deitado, mas deixar deixar de lado temporariamente atividades que demandem esforço física”, afirma o infectologista.
  2. Hidratação: a indicação é reforçar a ingestão de líquidos já nos primeiros sintomas, pois a doença pode levar o corpo à desidratação. É fundamental repor os líquidos adequadamente para uma recuperação mais rápida. A hidratação correta conta muito para uma evolução favorável do quadro.
  3. Alimentação anti-inflamatória: a alimentação deve ser reforçada com leguminosas e fontes de proteínas animais, que colaboram para a produção de células do sangue.

De acordo com o infectologista Werciley Júnior, é indicado incluir alimentos ricos em vitaminas C e B-12, que têm a capacidade de diminuir o processo inflamatório.

Entre os alimentos ricos em vitamina C, estão laranja, salsa, acerola, caju, kiwi, goiaba, limão, tomate, tangerina, manga, brócolis, couve, repolho, batata doce, melancia, papaia e castanha, toranja. Ovos, fígado bovino e de galinha, atum, sardinha, salmão, linguado, iogurte e leite são fontes de vitamina B-12.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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