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Dengue assintomática: como saber se tive infecção sem sintomas?

Estimativas apontam que há ao menos um caso assintomático para cada caso com sintomas. A segunda infecção pode ser mais perigosa

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Divulgação/Agência Brasil
Foto mostra mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue
1 de 1 Foto mostra mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue - Foto: Divulgação/Agência Brasil

Quando perguntam se você já teve dengue, qual é a resposta? Não ter tido sintomas não é uma garantia de nunca ter sido infectado.

Ainda não há um número estabelecido pela ciência para a proporção de casos sem sintomas em relação ao número total de infecções. Um estudo feito entre moradores de um alojamento de estudantes em Pernambuco mostrou que para cada cinco casos de pessoas com dengue, uma delas não tinha apresentado sintomas. Alguns infectologistas estimam que até metade dos casos de dengue sejam assintomáticos.

“Há pessoas que sentem sintomas que não são os mais característicos da doença e, por isso, não estão certas se já tiveram dengue. Há casos com sintomas respiratórios, que também são bastante incomuns”, explica a infectologista Luciana Coutinho, de Minas Gerais.

A “sorte” de não enfrentar febre, dor no corpo e vômitos – os sintomas mais comuns da doença – pode esconder um inimigo invisível.

Risco aumentado

A dengue possui quatro sorotipos e ter tido uma infecção gera proteção apenas para o sorotipo que provocou a doença. Ou seja, é possível ter quatro vezes dengue ao longo da vida.

Entretanto, ao desenvolver imunidade para um dos sorotipos, a pessoa fica mais suscetível a ter um quadro mais grave nas infecções posteriores.

O corpo aprende a combater o vírus de uma forma específica e começa a produzir as defesas para detê-lo, mas como o inimigo que se apresenta agora é diferente do anterior, os anticorpos se tornam ineficientes.

“O resultado é que o corpo se sobrecarrega produzindo defesas que não acabarão com o problema e a dengue consegue avançar, mais facilmente, para o sistema circulatório, gerando a forma hemorrágica”, explica a infectologista.

Portanto, ter tido uma infecção anterior, mesmo sem sintomas, aumenta as chances de um quadro mais grave durante uma nova infecção.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

Joao Paulo Burini/Getty Images
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Dá para saber se já tive dengue antes?

Existem três tipos de testes disponíveis para identificar a dengue: o antígeno NS1, o de sorologia e o PCR. Entenda as diferenças entre eles:

Antígeno NS1 (teste rápido): Deve ser feito até o quinto dia de sintomas. O resultado costuma ficar pronto em até um dia.

PCR: O teste molecular para detecção da dengue deve ser feito nos primeiros cinco dias. O resultado sai em sete dias úteis. Esse teste é o mais detalhado e pode indicar qual o subtipo do vírus que infectou a pessoa.

Teste de sorologia: indicado a partir do sexto dia de sintomas, o exame testa a imunidade do organismo contra o vírus. O IgM positivo significa que a pessoa possui anticorpos do tipo imunoglobulina M, ou seja, que ela foi exposta ao vírus e está na fase ativa da doença.

O IgG positivo pode indicar que o paciente está na fase crônica e/ou convalescente ou já teve contato com a dengue em algum momento da vida. O resultado fica pronto em 5 dias úteis. Apesar de indicar defesas para a doença, esse teste não é capaz de dizer qual foi a variedade do vírus adquirida

Caso você não saiba se já teve dengue, pode fazer um teste de sorologia para detectar se há anticorpos no seu organismo. No entanto, esse exame não é capaz de indicar qual dos subtipos do vírus lhe infectou.

Os médicos indicam que os exames sejam feitos em caso de sintomas e também se a pessoa passar por alguma intercorrência de saúde em meio à epidemia.

“Os testes não apenas auxiliam no tratamento dos pacientes, com a escolha certa de abordagens, mas também contribuem para o registro de casos, ampliando-se o conhecimento da epidemiologia das doenças e, consequentemente, permitindo o planejamento da melhor forma de prevenção”, afirma o infectologista Celso Granato, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

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